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Equipes das guardas costeiras dos Estados Unidos e do Canadá tentam localizar, no Oceano Atlântico, ao longo da América do Norte, o submarino desaparecido desde domingo (18) que realizava uma expedição até os destroços do Titanic. Durante a viagem, a pequena embarcação subaquática, de nome Titan, transportava um grupo de cinco pessoas. 

Conforme um comunicado divulgado na tarde de segunda-feira (19) pelas autoridades locais, o submarino desaparecido, a 595 km da costa de Newfoundland, no Canadá, tem entre 70 e 96 horas de oxigênio restantes. Isto significa que a previsão é que por volta das 6h da manhã (Brasília) desta quinta-feira (22), termine o oxigênio.

SAÍDA DA EXPEDIÇÃO PARA O TITANIC X DESAPARECIMENTO
A expedição para visitar os destroços do navio naufragado mais famoso do mundo - o Titanic - iniciou na costa de Newfoundland, no Canadá, e seguiu por 600 km pelo Oceano Atlântico. A descida foi iniciada na manhã de domingo (18), e perdeu contato com a superfície menos de duas horas depois, de acordo com as autoridades.

EXPEDIÇÃO PARA O TITANIC EXIGE ASSINATURA DE TERMO SOBRE 'RISCO DE MORTE'
Para realizar a expedição até os destroços do Titanic, o  pacote individual, custa US$ 250 mil (R$ 1,19 milhão na cotação atual) e inclui o treinamento necessário para integrar a equipe.

Em entrevista à rede de televisão americana CBS no início de 2023, o Presidente da OceanGate, Stockton Rush, disse que os turistas que pagam pela viagem são apaixonados pela história do Titanic ou pessoas muito ricas. A viagem dura cerca de 10 dias, sendo os dois primeiros em um barco grande, que leva os passageiros até o local do naufrágio. Além disso, o submarino leva cerca de 8 horas até atingir a profundidade de 3.800 metros em que estão os destroços do Titanic. Os restos do navio naufragado ficam a cerca de 600km da costa de Newfoundland, no Canadá. 

Na reportagem da CBS, o repórter David Pogue, que foi convidado a realizar a expedição para o Titanic, exibe os termos que precisou assinar antes de embarcar. Nas informações constam que a viagem é feita em "um submersível experimental, que não foi aprovado nem certificado por nenhum órgão regulador e pode resultar em danos físicos, psicológicos, ou morte". Entretanto, não há informações precisas sobre os termos assinados pelos passageiros do submersível que desapareceu.

QUANTAS PESSOAS ESTAVAM A BORDO DO SUBMARINO DESAPARECIDO?
Famílias, amigos e empresas começaram a divulgar os nomes dos cinco passageiros a bordo do submersível “Titan” na segunda-feira (19). Entretanto, a informação ainda não foi confirmada pelas autoridades locais.

- Hamish Harding é o empresário e aventureiro britânico mora nos Emirados Árabes Unidos, dono de uma empresa chamada Action Aviation, que compra e vende aeronaves, incluindo jatos executivos; 
- Shahzada e Sulaiman Dawood, empresário paquistanês e seu filho, respectivamente;
- O explorador francês Paul-Henri Nargeolet; 
- Stockton Rush, CEO da OceanGate, empresa responsável pela expedição

BUSCAS
Para as buscas do submarino desaparecido para o Titanic foram incorporadas aeronaves, boias de sonar e “sonar no navio que está lá fora para ouvir qualquer som que possamos detectar na coluna d’água”, disse o Comandante da Guarda Costeira dos Estados Unidos, John Mauger. O Polar Prince também está auxiliando na busca, disse um co-proprietário. As Forças Armadas do Canadá e a Guarda Costeira dos EUA enviaram aeronaves para a área remota do Atlântico Norte. Segundo as equipes da Guarda Costeira, a prioridade é localizar a embarcação. Se as tripulações encontrarem a embarcação na água, planos de resgate serão formados, ressaltou Mauger. 

Três embarcações chegaram ao local na manhã desta quarta-feira (21), uma delas, o "The John Cabot", que tem recursos de sonar e está conduzindo padrões de busca ao lado do "Skandi Vinland" e do "Atlantic Merlin". Além dos navios, o governo dos dois países disponibilizou aviões do modelo C-130 para ajudar na busca pelos ares. Ottawa enviou também aeronaves dos modelos P3 e P8 para auxiliar no resgate.

Uma das esperanças para encontrar o submarino desaparecido é o Victor 6000. A ferramenta utilizada para exploração e pesquisa nas profundezas do oceano será utilizada para tentar encontrar o Titan da OceanGate. O equipamento chegará pelo navio de pesquisas francês chamado Atalante. A embarcação é gerenciada pelo instituto de pesquisa Ifremer. O Ifremer disse que foi contatado na segunda-feira pela Marinha dos EUA com um pedido de ajuda. Membros adicionais da tripulação de outro navio também estão sendo enviados com urgência para a operação de busca.

RUÍDOS SÃO CAPTADOS
Na madrugada desta quarta-feira (21), ruídos subaquáticos que se assimilam a batidas com intervalos de 30 minutos foram captados durante buscas pelo submarino que desapareceu durante uma expedição para o Titanic, anunciou a Guarda Costeira dos Estados Unidos. Os mesmos sons se repetiram cerca de quatro horas depois do primeiro registro e foram captados na terça-feira (20) pela sonda de uma aeronave canadense que participa das operações de busca, feitas em conjunto entre Estados Unidos e Canadá, de acordo com um documento do governo dos EUA ao que a imprensa do país teve acesso.

Imediatamente após o relato dos ruídos, a Guarda Costeira dos EUA disse que o foco das operações foi desviado para o perímetro onde os sons foram registrados, mas, até a última atualização desta notícia, nada havia sido encontrado.

"A aeronave canadense P-3 detectou ruídos subaquáticos na área de busca. Como resultado, as operações foram realocadas na tentativa de explorar a origem dos ruídos. Essas buscas ROV produziram resultados negativos, mas continuam", declarou a Guarda Costeira. "Além disso, os dados da aeronave P-3 foram compartilhados com nossos especialistas da Marinha".

O ex-comandante de submarinos na Austrália Frank Owen afirmou à rede britânica BBC que a sua "confiança" nos trabalhos de busca "aumentou em uma ordem de magnitude" quando soube das novas pistas coletadas por detectores de som flutuantes. Isso porque, segundo o especialista, os sons de batidas podem ser fruto de um protocolo de emergência possivelmente ativado pelos tripulantes e podem sinalizar que o submarino não está numa área tão profunda como se temia.

"Em primeiro lugar, a bordo desta embarcação está um mergulhador aposentado da marinha francesa. Ele conheceria o protocolo para tentar alertar as forças de busca... A cada meia hora você bate como o diabo [nas laterais do submarino] por três minutos", afirmou Owen.

O ex-comandante explicou à BBC que o sinal sonoro captado sugere que o próprio submarino pode estar próximo ou na superfície. "Abaixo de cerca de 180 metros, a temperatura da água cai muito rapidamente. Isso cria uma camada que o [sinal do sonar] rebate. Mas, se você estiver na mesma profundidade de água, o sinal tende a ir bem reto", destacou Owen, ressaltando que apesar da faísca de esperança, mesmo na superfície, será difícil encontrar o submarino.

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