O ex-governador Garotinho disse na manhã desta quinta-feira (09), em suas redes sociais, que recebeu ligação do empresário que fez a denúncia de fraude em licitação no transporte escolar estadual em Campos ao Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, detalhando o esquema e apontando o Vereador Maicon Cruz como principal agente articulador do esquema.
De acordo com Garotinho, o empresário afirmou que a funcionária da coordenadoria Neide Mara convocou os diretores de escolas, numa determinada quinta-feira, avisando que a licitação do transporte escolar teria que ser feita logo no início da semana seguinte. No dia determinado, o empresário compareceu a escola onde prestava serviço de transporte escolar para verificar se haveria mesmo licitação fora do prazo estabelecido em lei e sem divulgação. No local, ele encontrou uma advogada, que se dizia representar uma das empresas investigadas na operação desta quinta. Ele disse que não houve publicação e que todos teriam que ter direito a prazo para apresentar certidões.
Ainda de acordo com a publicação do ex-governador, enquanto o empresário debatia com a advogada, a diretora da escola recebeu um telefonema do vereador Maicon Cruz dizendo que era para ser feita a licitação de qualquer maneira, conforme havia sido combinado. O empresário, então, falou que queria que constasse em ata o telefonema de Maicon Cruz, o que foi acatado e feito pela diretora, mas, em seguida a mesma recebeu uma ligação da coordenadoria pedindo que retirasse o nome de Maicon Cruz da ata, o que foi feito. Nada satisfeito com o que estava acontecendo ali, o empresário deixou a escola e foi até o Ministério Público para formalizar denúncia, que desencadeou na operação de hoje.
Um seguidor perguntou ao Garotinho qual seria, então, a participação do vereador Marquinho do Transporte no esquema. O ex-governador se limitou a dizer que ele é dono empresas de transporte.
O portalozk.com tenta contato com o Vereador de Campos, Maicon Cruz, para falar sobre a denúncia. Até a publicação desta reportagem, não obtivemos sucesso. Assim que o mesmo se pronunciar ou retornar as ligações, o texto será atualizado.
OPERAÇÃO
O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio do Grupo de Atuação Especializada no Combate ao Crime Organizado (GAECO/MPRJ), em ação conjunta com a Polícia Federal, cumpre, na manhã desta quinta-feira (09), 14 mandados de busca e apreensão em endereços de agentes políticos, servidores ligados à Secretaria Estadual de Educação e empresários do ramo de transportes escolares de Campos dos Goytacazes. De acordo com o GAECO/MPRJ, os alvos são citados em procedimento que apura possível prática dos crimes de associação criminosa e fraude do caráter competitivo da licitação envolvendo contratos de transporte escolar.
Os alvos são Marcos Alcides Souza da Silva, o vereador Marquinho do Transporte; Maicon Silva da Cruz, vereador; Neide Mara Gomes Palmeira, coordenadora da Diretoria Regional Administrativa da Educação do Norte Fluminense; WD Empreendimentos Comerciais e Serviços Eireli; ML dos Santos Comércio Serviços Eireli; MA Souza Transportes e Empreendimentos Ltda e Prozul Serviços de Construções Ltda. Vários maços de dinheiro foram apreendidos na sede de uma empresa. A quantia ainda não foi divulgada.
Segundo o delegado da Polícia Federal de Campos, Wesley Amato, a associação criminosa tinha como mote a prática de fraudes em procedimentos licitatórios para beneficiar empresas que contrataram com o poder público estadual o fornecimento de transporte escolar: “A investigação revela fraudes e conluio entre três empresas, vencedoras dos certames e beneficiárias dos recursos públicos destinados para tais contratos, verbas essas oriundas do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (Fundeb)”. LEIA MAIS CLICANDO AQUI.
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