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Seis do Hospital Ferreira Machado são presos em vistoria do Ministério Público Federal
PUBLICADO POR: LEONARDO FERREIRA - 13/05/2015 - 07:57

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Uma equipe do Ministério Público Federal (MPF) esteve na manhã desta terça-feira (12) no Hospital Ferreira Machado (HFM) e encontrou pacientes revoltados. Além da superlotação da emergência, com diversos pacientes no corredor, a equipe do MPF, com apoio da Polícia Federal (PF), ouviu relatos e fiscalizou setores da unidade, como departamento pessoal, emergência e farmácia, além de checar a escala de plantão. Após a vistoria, três profissionais responsáveis por medicamentos e instrumento cirúrgico com prazos de validade vencidos, teriam sido encaminhados à 134ª Delegacia de Polícia. O diretor do HFM, Ricardo Madeira alega ter comparecido a delegacia como testemunha.

Mais cedo, a equipe de reportagem da Folha entrou em contato com um membro do MPF, que relatou a prisão em flagrante de três responsáveis pelo HFM, entre eles o diretor Ricardo Madeira. Porém, a delegada Nathála Patrão relatou que “foi lavrado um auto prisão em flagrante de seis pessoas. Essas pessoas foram as responsáveis por manter o remédio, o medicamento impróprio para consumo armazenado. Então, a gente se direcionou pela responsabilidade penal pessoal não lavrando prisão em flagrante em face do diretor do hospital, que tem diversas funções e delega e apenas o responsável direto pela manutenção deste medicamento impróprio para o consumo no armário é que foi conduzido e preso em flagrante. Todos pagaram fiança e foram liberados”.

Parte dos medicamentos vencidos foram encontrados na farmácia da pediatria. Após deixar a Delegacia, no final da tarde, Ricardo Madeira comentou: “Foram encontrados medicamentos vencidos sim, mas, toda a equipe de saúde do hospital é orientada a olhar o prazo de validade dos medicamentos antes de usá-los. Vamos abrir processo administrativo para averiguar se houveram falhas e de quem”, afirmou Madeira.

Entre os itens vencidos estavam recipientes de coleta de sangue, vários frascos de glicose e algumas unidades da ampola de injetável Clorpomax Clorpromazina, substância antipsicótica clássica ou típica, sendo protótipo no tratamento de pacientes esquizofrênicos.

Em entrevista à Inter TV, durante a vistoria, uma senhora desabafou: “Isso é uma humilhação. Tem animal que é melhor tratado em Pet Shop do que a gente aqui”. Um jovem, em uma maca no corredor, disparou: “Estou aqui me sentindo um lixo. Faltam até itens básicos para fazer a cirurgia. Além disso, não tinha ambulância para me trazer. Enquanto isso, a cidade conta com um monte de ambulâncias paradas”, protestou. A equipe da Folha da Manhã também esteve no local e acompanhou a vistoria.

Uma jovem que acompanha a mãe também aproveitou a presença do MPF para relatar um suposto descaso. “Minha mãe está aqui há nove dias e não tem um diagnóstico. Ela sente muita dor e ninguém sabe dizer o que é. Na noite passada fui pedir a uma enfermeira para dar o remédio e ela disse que não atuava naquela ala. Depois, enquanto jogava com seu celular, ainda disse que poderia dar, mas não deu porque eu não fui educada. E finalizou dizendo que não poderia ser demitida porque é concursada. Tem cabimento isso?”, disse a filha da paciente.

A equipe do MPF também constatou o eterno problema do elevador, que continua sem funcionar. Funcionários do HFM, que preferiram ter a identidade preservada, contaram que um elevador não estaria funcionando há cerca de três anos.

Segundo pacientes, a falta de leitos é a principal dificuldade. “Tenho um familiar de 37 anos que sofreu uma fratura na lombar e está internado desde o dia 20 de abril, sendo que já vai completar um mês. É necessário que seja feita uma cirurgia, mas até hoje nada foi feito e ele está aguardando desde então. Até agora não sabemos quando ele vai operar”, disse.

O diretor do HFM, Ricardo Madeira, informou que a porta de entrada do Ferreira Machado é grande, mas a de saída é estreita. “Recebemos muitos pacientes. A maioria, por conta de traumas. Antes, essa demanda era dividida com o Hospital Plantadores de Cana e com a Beneficência Portuguesa, mas o número de atendimentos nessas unidades diminuiu e estamos recebendo um número maior. Foi estabelecido um contato com a Santa Casa de Misericórdia, que vai colocar alguns leitos a nossa disposição a partir do dia 18, segunda-feira próxima. Quero crer que o problema vai diminuir muito”, comentou.

Indagado pela Folha sobre os problemas, ela ressaltou que não faltam médicos ou medicamentos. “Para melhorar questão de controle de frequência de médicos, catracas para ponto, com previsão para junho, e câmeras, com previsão para julho, estão sendo instaladas”, disse Madeira.

Sobre o elevador, Ricardo Madeira explicou que já foi feita uma licitação e a instalação do novo equipamento dependente de uma obra estrutural.

Em relação a denúncia sobre a enfermeira que teria se negado a atender uma paciente, a assessoria do HFM informou que a profissional deve ser identificada e o caso encaminhado à Ouvidoria do hospital. A assessoria salientou que um processo administrativo poderá ser aberto.

Na propaganda, hospital é “Nota 10″ - Na propaganda exibida na TV, o governo Rosinha mostra um Hospital Ferreira Machado impecável (aqui). As belas imagens lembram até os cenários de algumas séries médicas famosas como “Grey’s Anatomy”, “ER” e ”House”. Para reforçar a propaganda, uma paciente surge e diz que “a nota é 10″.

Atualização às 16h20 - Inclusão de informações passadas pelo repórter Jhonattan Reis, da Folha, que esteve no HFM e acompanhou a vistoria do MPF de perto.

Atualização às 18h44 - Atualização para inclusão de informações e mudança no título.

Atualização às 20h10 - No início da noite, Ricardo Madeira e o presidente da Fundação Municipal de Saúde (FMS), José Manuel Moreira, reuniram a imprensa e relataram que será aberta uma investigação na unidade de saúde para identificar o culpado de ter armazenado material vencido em clínicas do HFM. “Quero deixar claro que os remédios não foram encontrados na farmácia do hospital e nenhum paciente estava fazendo uso do medicamento vencido. Estive na delegacia, prestei depoimento e fui liberado posteriormente”, declarou Madeira.

Sobre as últimas inspeções realizadas pelo MPF em unidades de saúde de Campos e irregularidades encontradas como falta de médicos e também ausência de divulgação da escala dos profissionais para o público, Moreira disse que os responsáveis pelos erros serão punidos. “A ordem é que a escala seja fixada na entrada das unidades de saúde. Sobre a falta dos profissionais, os mesmos terão os dias que não foram trabalhar descontados”, ressaltou o presidente da FMS, relatando também que foram investidos mais de R$ 1 milhão no HFM nos últimos meses, inclusive que um novo tomógrafo chegou à unidade na tarde de ontem.

* Com informações de Jhonattan Reis, Danielle Macedo e Dulcides Netto.

Atualização às 22h50 – No início da tarde desta terça-feira o blog iniciou uma cobertura sobre a vistoria do MPF no Ferreira Machado. Posteriormente, a nota contou com atualizações repassadas pela equipe de reportagem da Folha, que estava acompanhando de perto o caso. Porém, houve uma falha na apuração. Ao contrário do que foi dito durante um determinado momento, o diretor do HFM, Ricardo Madeira, não chegou a ser preso. Na verdade, de acordo com a delegada Nathália Patrão, “foi lavrado um auto de prisão em flagrante de seis pessoas, que foram as responsáveis por manter o remédio impróprio para consumo armazenado”. Entre essas pessoas não estava o diretor, que compareceu como testemunha. As informações são do Blog do Bastos, do Jornal Folha da Manhã.


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