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Saúde
Janeiro Branco: sinal de alerta para a saúde mental
No mês da campanha, Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) destaca relevância do tema e importância dos cuidados, especialmente no contexto da pandemia.
PUBLICADO POR: LEONARDO FERREIRA | PORTALOZK.COM - 07/01/2021 - 20:14

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Janeiro é o mês dedicado à conscientização a respeito da saúde mental, cada vez mais reconhecida como uma prioridade global de saúde e desenvolvimento econômico. Para chamar a atenção sobre o tema e reforçar a importância dos cuidados, em especial no contexto vivido em decorrência da pandemia do novo Coronavírus, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) destaca informações relevantes.

De acordo com estudos da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Organização Pan-americana da Saúde (OPAS), o Brasil é o país mais ansioso do mundo (9,3%) e o segundo maior das Américas em depressão (5,8%). A saúde mental representa mais de 1/3 da incapacidade total no mundo, com transtornos depressivos e ansiosos como maiores causas – os quais respondem, respectivamente, pela 5ª e 6ª causas de anos de vida vividos com incapacidade no Brasil. Ainda segundo a OPAS, entre 35% e 50% das pessoas com transtornos mentais em países de alta renda não recebem tratamento adequado e, nos países de baixa e média renda, o percentual é ainda maior, ficando entre 76% e 85%.  

A saúde mental também causa reflexos no desenvolvimento econômico, sendo a segunda causa de afastamento laboral, gerando ainda grande estigma pessoal de incapacidade – especialmente com o advento da pandemia do novo Coronavírus. Pesquisa da UERJ (veja mais informações aqui) demonstrou que casos de depressão dobraram no período de quarentena e que ocorrências de ansiedade e estresse tiveram aumento de 80%, causadas pelas incertezas com o novo Coronavírus e as mudanças impostas pelo isolamento social. 

Esses dados demonstram a relevância de se ampliar o debate e as estratégias para enfrentamento desse panorama, sendo também um desafio para a saúde suplementar. No Brasil, em 2019, os beneficiários de planos de saúde realizaram cerca de 29 milhões de procedimentos relacionados ao cuidado em saúde mental - um crescimento de aproximadamente 167% em relação ao número realizado em 2011.

A ansiedade e depressão provocadas pela pandemia foram tema de discussão no I Simpósio Virtual ANS, realizado em setembro, quando houve um amplo debate e troca de experiências de operadoras de planos de saúde e de contratantes empresariais sobre a integração dessa linha de cuidado na gestão de saúde corporativa. Na ocasião, a ANS apresentou um painel sobre a importância do cuidado em saúde mental para a promoção da saúde e prevenção de riscos e doenças (reveja aqui), a evolução do número de iniciativas em saúde mental nos programas de Promoprev e abordagens em saúde mental na Atenção Primária. 

Através de parceria e sob coordenação do SESI, a Agência também está desenvolvendo uma pesquisa quantitativa junto a empresas contratantes de planos de saúde para abordar, dentre outros temas, as ações para cuidados com a saúde mental dos trabalhadores da indústria durante e no pós-pandemia.  

Saúde mental na pandemia 
Em contexto de pandemia, é recorrente o aumento de sofrimento psíquico na população, principalmente em quem já tinha fatores preexistentes. É esperado que o frequente estado de alerta, preocupação, solidão e sentimento de falta de controle frente às incertezas do momento, aumente o estresse e sofrimento psíquico. Além disso, as medidas de isolamento social, embora baseadas em evidências científicas e essenciais para a proteção da saúde da população, podem impactar a saúde mental daqueles que as experienciam. Devido ao período de distanciamento social, quarentena ou isolamento, a redução de estímulos, perda de renda pela impossibilidade de trabalhar e alterações significativas na rotina geram forte impacto na vida das pessoas. 

Os fatores que influenciam o impacto psicossocial estão relacionados à magnitude da epidemia e ao grau de vulnerabilidade em que a pessoa se encontra no momento. Entretanto, é importante destacar que nem todos os problemas psicológicos e sociais apresentados poderão ser qualificados como doenças. A maioria será classificada como reações normais diante de uma situação anormal. Reações comuns diante deste contexto englobam sentimento de impotência e desamparo perante os acontecimentos, solidão, irritabilidade, angústia, tristeza, raiva.

É importando ainda considerar que, tendo em vista a instabilidade dos cenários em decorrência da pandemia, o volume de informações e as mudanças constantes experimentadas, é esperado que as pessoas apresentem queda na capacidade de concentração, bem como sensação de letargia, o que muitas vezes leva à diminuição do interesse para realizar atividades cotidianas. Adicionalmente, o medo de ser acometido por uma doença potencialmente fatal, cuja causa e progressão ainda são pouco conhecidas, afeta o bem-estar psicológico das pessoas. Em certa medida, quando experienciadas de maneira leve, essas reações podem atuar como fatores de proteção, pois levam a comportamentos mais cautelosos no que diz respeito à exposição aos riscos de contágio.  

Em caso de sofrimento intenso, a procura por ajuda especializada é primordial. De acordo com a Fundação Oswaldo Cruz, estima-se que entre um terço e metade da população exposta a uma epidemia pode vir a sofrer alguma manifestação psicopatológica, caso não seja feita nenhuma intervenção de cuidado específico para as reações e sintomas manifestados (veja aqui).  A rápida mudança nos modos de vida habituais pode contribuir para o desencadeamento de reações e sintomas de estresse, ansiedade e depressão. Observa-se também, maior probabilidade de ocorrência de distúrbios do sono, abuso de substâncias psicoativas e ideação suicida, bem como agravamento de transtornos mentais preexistentes.

Além disso, a experiência de confinamento tende a trazer consequências e implicações para as relações interpessoais. As restrições a deslocamentos, a suspensão de atividades em escolas, locais de trabalho ou de convívio comunitário intensificam o contato entre as pessoas residentes no mesmo domicílio. Em alguns casos, essa condição amplifica a exposição a situações de violência, principalmente para pessoas que ficam expostas à presença de agressor no domicílio.

Por todas essas razões, é fundamental que as pessoas que vivem com condições de saúde mental tenham acesso contínuo ao tratamento durante a pandemia. Segundo a OMS, mudanças nas abordagens da prestação de assistência à saúde mental (telessaúde) e apoio psicossocial estão mostrando sinais de sucesso em alguns países. O atendimento remoto apresenta vantagens para a oferta de suporte psicossocial durante a Covid-19, uma vez que corrobora com as recomendações de distanciamento social, quarentena e/ou isolamento domiciliar. Dessa forma é possível evitar a circulação desnecessária e, ao mesmo tempo, garantir atendimento psicossocial e/ou psicoterápico de qualidade. 


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