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Saúde
Como saber se você tem alguma intolerância alimentar?
PUBLICADO POR: LEONARDO FERREIRA | PORTALOZK.COM - 16/05/2022 - 12:40

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Se para a maioria das pessoas comer é uma sensação prazerosa, para outras, ingerir determinados alimentos significa passar mal e ter vários desconfortos gastrointestinais, como é o caso de quem tem alguma intolerância.

"A intolerância alimentar é uma reação adversa do corpo que ocorre principalmente no sistema digestivo, devido à dificuldade em digerir determinado alimento", explica Karina Gama, nutricionista clínica do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia. Segundo ela, o incômodo pode ocorrer tanto pela ausência ou defeito na ação de enzimas que realizam a "quebra" de alguns componentes dos alimentos quanto por substâncias presentes nos alimentos que provocam uma difícil digestão.

Entre as intolerâncias alimentares, a da lactose é a mais comum, e ocorre quando há deficiência da enzima lactase, responsável pela digestão da lactose, o açúcar presente no leite e derivados, como queijos e iogurtes.

Mas há também a intolerância ao glúten (ou sensibilidade ao glúten não celíaca), a intolerância à frutose (açúcar encontrado nas frutas, em alguns legumes e cereais e em produtos industrializados), à sacarose (açúcar de mesa) e aos carboidratos não digeridos, que posteriormente são fermentados pelas bactérias intestinais e que também são conhecidos por fodmap (derivados do leite, frutas, cereais, leguminosas e alguns adoçantes).

Qualquer pessoa pode ter intolerância alimentar e os fatores que predispõem a isso dependem de condições do próprio indivíduo, como genética, estado de saúde, estado imunológico, ou do próprio alimento, como potencial alergênico, conservação e quantidade ingerida, de acordo com Hélcio Maranhão, gastroenterologista e nutrólogo pediátrico, professor titular do Departamento de Pediatria da UFRN (Universidade Federal do Rio Grande do Norte).

No caso de quem tem intolerância, os sintomas podem se iniciar logo após ou um tempo depois da ingestão do alimento, e durar horas.

Como identificar se você tem intolerância a algum alimento?
Os sintomas e sinais podem variar, mas, em geral, estão relacionados ao sistema digestivo: cólicas ou dor abdominal, estufamento gástrico, distensão, borborigmos (barulhos na barriga), náuseas, regurgitação, flatulência, constipação e até diarreia. Sintomas sistêmicos como irritabilidade, fadiga, enxaqueca, urticária e dores articulares também podem estar presentes, segundo Auzelivia Rêgo Falcão, gastroenterologista, professora da disciplina de doenças do sistema gastrointestinal e coloproctológico do Departamento de Medicina Integrada da UFRN.

Os sintomas podem se iniciar logo após ou um tempo depois da ingestão do alimento, e durar horas. O alívio costuma ocorrer após a completa fermentação dos componentes não digeridos pelas bactérias intestinais ou pela eliminação da substância através das fezes.

Mas é importante deixar claro que só o fato de se sentir mal após ingerir o alimento não se configura como intolerância alimentar. "Isso porque existem outras doenças digestivas que podem causar sintomas semelhantes, inclusive intoxicações alimentares", afirma Falcão.

Para se suspeitar do quadro, é necessária a continuidade e persistência dos sintomas ao se consumir o alimento em diferentes momentos. "Fazer um diário alimentar descrevendo os sintomas e os alimentos ingeridos naquele dia pode ajudar", complementa a gastroenterologista.

Caso a pessoa desconfie que tem intolerância, é recomendado que ela suspenda o alimento em questão. "Espera-se que essa medida favoreça a diminuição e resolução dos sintomas. Após algumas semanas, ela pode voltar a consumir o alimento com o objetivo de se observar se tais sintomas retornam. Em caso positivo, há grande probabilidade de ela ter a condição", diz Maranhão.

Se a manifestação dos sintomas clínicos forem persistentes, o médico ou o nutricionista pode realizar uma avaliação detalhada para confirmação do diagnóstico. Isso inclui uma investigação sobre os antecedentes de saúde, medicamentos ou suplementos em uso, hábitos de vida, função intestinal e hábitos alimentares.

Quais testes podem ser feitos?
Alguns exames laboratoriais e específicos podem ajudar no diagnóstico. Entre eles, há o teste oral de tolerância, que ajuda a identificar a intolerância à lactose, por exemplo. Esse exame consiste em ofertar à pessoa a substância que está sendo investigada, em jejum, e após 30, 60, 90 e 120 minutos, colher o sangue para averiguar se houve a elevação da glicemia em jejum em ao menos 20 mg/dl, decorrente da digestão da substância estudada. Caso a elevação da glicemia seja inferior, constata-se que a digestão foi incompleta e não houve absorção adequada.

O teste do hidrogênio expirado parte do mesmo princípio do teste oral de tolerância, mas em vez de avaliar a alteração na glicose no sangue, o paciente sopra um aparelho que dosa a quantidade de hidrogênio expirado em jejum após a ingestão da solução padrão investigada, em intervalos que variam de 2 a 4 horas.

"No paciente com intolerância, a substância não digerida e absorvida é fermentada pelas bactérias presentes na porção final do intestino, formando o hidrogênio. Por isso, a detecção aumentada do hidrogênio na respiração reflete a incapacidade de digerir e absorver a substância de forma adequada", explica Karina Gama, mestre em ciência dos alimentos.

Há ainda outros testes que podem ser utilizados, como o teste de acidez nas fezes, que geralmente é utilizado em bebês ou crianças, a biópsia do intestino e os testes genéticos, mais indicados quando os testes tradicionais não são conclusivos. Para a sensibilidade não celíaca ao glúten, são realizados exames para investigação da doença celíaca.

Caso exista suspeita, o ideal é procurar um médico ou nutricionista e fazer exames, para que a pessoa não faça restrições alimentares desnecessárias.

Intolerância e alergia são diferentes
Os testes para confirmação do diagnóstico são importantes, inclusive, para não confundir a intolerância alimentar com a alergia alimentar, que são condições distintas.

Como já explicado, a intolerância alimentar consiste na falta da enzima responsável pela digestão de determinado alimento, provocando dificuldade em sua absorção. Trata-se de uma condição que gera sintomas mais locais, ligados ao aparelho gastrointestinal.

Já as alergias, por se tratarem de fenômenos imunológicos, podem ter reações gerais ou comprometer diferentes aparelhos, como a pele e o aparelho respiratório, além do gastrointestinal.

Como é o tratamento?
Segundo os especialistas consultados na reportagem, o tratamento da intolerância alimentar deve ser individualizado e baseia-se na redução ou exclusão dos alimentos que causam o problema.

Algumas pessoas conseguem tolerar pequenas quantidades do produto, mas esse limite é individual. Na intolerância à lactose, deve ser dada preferência aos produtos sem lactose ou com baixo teor de lactose. Há ainda a opção de usar a enzima lactase, sob a forma de comprimidos ou em pó a ser diluído em líquidos, antes ou junto com os alimentos que contém lactose. Isso pode diminuir a ocorrência dos sintomas, mas pode não ser totalmente eficiente.

A nutricionista Gama reforça que "toda intolerância deve ser devidamente diagnosticada por um profissional de saúde para que não sejam realizadas restrições desnecessárias na alimentação".

Fontes: Site Viva Bem / UOL / Auzelivia Rêgo Falcão, gastroenterologista, professora da disciplina de doenças do sistema gastrointestinal e coloproctológico do Departamento de Medicina Integrada da UFRN (Universidade Federal do Rio Grande do Norte), também atua no Hospital Universitário Onofre Lopes (HUOL/UFRN); Hélcio Maranhão, gastroenterologista e nutrólogo pediátrico, professor titular do Departamento de Pediatria da UFRN, secretário do Departamento de Nutrologia da Sociedade Brasileira de Pediatria; Karina Gama, nutricionista clínica do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, e mestre em ciência dos alimentos pela Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP (Universidade de São Paulo).


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