O programa “Sífilis Zero”, que tem como objetivo reduzir o número de casos, interromper a transmissão e estabelecer o fluxo de monitoramento aos pacientes em tratamento, ampliará a oferta de testes rápidos à população e garantirá mais agilidade no atendimento. O lançamento do programa municipal foi feito semana passada, pelo Secretário de Saúde, Paulo Hirano.
O programa busca também sensibilizar a população e os profissionais de saúde com foco no diagnóstico precoce e tratamento adequado da sífilis adquirida, em gestante e congênita (que passa da mãe para o feto).
De acordo com a diretora de Auditoria, Controle e Avaliação (DACA) da secretaria de Saúde, Bruna Araújo, os pacientes serão referenciados pelas Unidades Básicas de Saúde (UBS) ou Unidades Básicas de Saúde da Família (UBSF) para a realização do teste rápido, após agendamento prévio pelo site da Prefeitura, através do Consulta Fácil, ou por demanda espontânea, essa última dependendo da unidade. No caso de gestantes, o teste é feito obrigatoriamente na primeira consulta. A medida vale também para histórico de exposição de risco/violência sexual.
Caso o resultado seja positivo (reagente), o paciente vai iniciar o tratamento imediatamente, com exames complementares (testes não treponêmicos – VDRL) solicitados no primeiro atendimento e com a prescrição do medicamento. Bruna explicou que o monitoramento e a convocação do parceiro (a) também serão realizados. “A Vigilância Epidemiológica será notificada após o início e ao final do tratamento até a cura do paciente”.
Ela disse, ainda, que o tratamento será realizado na própria UBS. Segundo Bruna, esse procedimento é autorizado pelo Ministério da Saúde e está dentro da autonomia do enfermeiro. “É um grande ganho para nossa rede. O profissional de enfermagem tem um protagonismo na Atenção Primária, já que, por meio dele, podemos ampliar os serviços”, enfatizou a diretora, acrescentando que, anteriormente, pacientes com sífilis eram atendidos nas Unidades Pré-Hospitalares (UPHs).
GESTANTES
A maternidade será responsável pela administração do medicamento, caso a mãe não tenha sido tratada durante o pré-natal, conforme protocolo estabelecido, e encaminhará a puérpera para a Unidade Básica de Saúde mais próxima de sua residência para o monitoramento da sífilis e o recém-nascido será encaminhado ao CDIP, para a realização do monitoramento do bebê até um ano e seis meses de idade. No caso de gestante com cicatriz sorológica para sífilis, a testagem deve ser mantida conforme rotina preconizada no pré-natal (1º, 2º e 3º trimestres da gravidez), por meio do VDRL.
CAPACITAÇÃO
A assessora chefe da Vigilância Epidemiológica de Campos, Sílvia Campos Reis Martins, disse que grande parte da equipe já foi treinada através do Sistema de Atenção e Vigilância em Saúde (Salus) e está devidamente preparada para assistir à população da melhor maneira possível. “O programa ‘Sífilis Zero’ foi criado para que possamos organizar o serviço de saúde no diagnóstico, tratamento e monitoramento da sífilis no município. O programa Salus nos auxilia no monitoramento do agravo, permitindo a visualização do cenário da doença no município, proporciona um monitoramento mais ativo, com visualização da adesão ao tratamento e se o mesmo está sendo feito em tempo oportuno. Depois do treinamento das equipes, iniciamos a utilização da plataforma Salus para que, junto com o profissional que está na ponta, possamos acompanhar o paciente desde o diagnóstico até a cura da doença”, explicou Sílvia.
SÍFILIS
A sífilis é uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST) causada pela bactéria Treponema pallidum, que pode ser transmitida verticalmente, da mãe para o feto e também pelo contato sexual desprotegido com um parceiro (a) infectado (a). A doença apresenta três estágios: sífilis primária, secundária ou latente e terciária. A primeira fase é caracterizada por uma ferida única e indolor, com bordas bem definidas e endurecidas. A secundária inicia-se após a cicatrização da úlcera – normalmente a lesão cicatriza sem nenhum tipo de intervenção. Já a última fase é caracterizada por destruição tecidual e pode afetar os sistemas cardiovascular, nervoso e ósseo.
“A conscientização sobre os riscos da doença, os métodos de prevenção durante as relações sexuais, uso de preservativo interno e externo, acompanhamento durante a gestação e o cuidado preventivo, como a testagem regular, são essenciais para evitar o contágio”, explicou Sílvia.
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