O Prefeito de Campos, Wladimir Garotinho, deu uma longa entrevista à rádio Folha, na manhã desta sexta-feira (22) e abordou sobre a delegada Madeleine Dykeman ser pré-candidata a Prefeita no grupo de Rodrigo Bacellar, sendo, inclusive, filiada ao partido União Brasil. A pré-candidatura de Madeleine, inclusive, foi divulgada com exclusividade pelo portalozk.com um dia antes do anúncio oficial.
"A novidade é Madeleine que foi lançada por Rodrigo (Bacellar) recentemente como a candidata dele", disse Wladimir, sendo interrompido pelo apresentador do programa de rádio que o informou que Madeleine é a candidata de Rodrigo Bacellar e também do Governador Cláudio Castro, em Campos. Eis que Wladimir retruca. "Eu não ouvi Cláudio Castro anunciar. Eu ouvi Rodrigo e então pra mim ela é candidata dele. Até Cláudio Castro dizer que ela é candidata dele, eu vou acreditar que ele não vai se envolver na eleição em Campos como ele havia combinado comigo. Ele disse para mim o seguinte, o candidato seria você, Wladimir, mas como você e Rodrigo se desentenderam e os dois são meus amigos, eu prefiro não me envolver na eleição em Campos. Então foi o que Cláudio me disse. Então, até lá, eu vou acreditar nele. Se ele se envolver na eleição em Campos contra mim, vai ser uma decepção, porque eu, inclusive, enfrentei minha família para ficar do lado dele. Por gratidão, porque ele me ajudou. A minha família brigou comigo porque eu bati o pé dizendo que ia apoiar Cláudio Castro, porque Cláudio me ajudou e eu devia aquela gratidão a ele. Até hoje eu sou leal a ele. Até hoje eu sou leal a Cláudio Castro. Se ele resolver tomar partido contra mim, eu também não devo mais lealdade a ele. Até hoje eu sou leal a ele. Porque ele foi leal comigo, me estendeu a mão, eu cumpri meu compromisso, ele fez 78% dos votos na cidade... Então, eu espero que o governador cumpra comigo também e no máximo não apoie candidato declaradamente", disse Wladimir Garotinho.
Sobre Madeleine, portanto, Wladimir disse que é um risco muito grande para a delegada em termos de carreira. O pré-candidato a Prefeitura de Campos também falou sobre sua preocupação quanto a participação de membros da Polícia Civil no processo eleitoral.
"Madeleile é uma pessoa que eu conheço há muito tempo, desde a adolescência. Não tenho nada para falar da pessoa dela e nem falaria. Mas eu acho um risco muito grande pra ela, a candidatura, primeiro porque ela é delegada de polícia civil e ela tem uma carreira, diferente das outras corporações, onde você é reformado, ela continua delegada após a eleição. Então para a carreira dela, eu acho que tem um risco de carreira pra ela. Segundo, e aí é uma preocupação que vai ser colocada, tanto agora quanto no período eleitoral. A Polícia Civil a qual ela é membro e o marido dela também é membro, participa ativamente do processo eleitoral junto da Justiça Eleitoral. Ela é delegada de polícia civil e o marido dela é membro da Polícia Civil, ele é agente. Como é que vai ser isso? A gente fica preocupado. Não estou dizendo que vai acontecer nada, mas a gente fica preocupado. A Polícia Civil participa do processo eleitoral. (A Polícia Civil) É requisitada... Outra coisa, com todo o respeito, a quem ela se aliou... Ela é candidata de Rodrigo. Ele falou isso, "minha candidata". Desculpa, ela é uma delegada que tem sua carreira baseada na defesa da agressão contra mulheres. Ela se aliou a um grupo que ataca mulheres. Ela tem que explicar isso. Só isso que acho dela. Não tenho nada contra Madeleine, é uma ótima pessoa, me dou muito bem com ela, minha esposa se dá muito bem com ela, fizeram vários eventos juntas, mas.. Minha esposa, por exemplo, foi atacada por Rodrigo publicamente. Minha mãe foi ofendida por seu Marcos, desculpa até o termo, mas sou obrigado a falar, minha mãe foi chamada de Vaca e Vadia, publicamente. Madeleine, agora, delegada que tem sua carreia baseada na defesa das mulheres, se aliou a esse pessoal. Então é uma coisa que ela vai ter que se defender disso, porque isso vai ser posto, não só por mim, mas por todos. Eu ouço isso de todo mundo, talvez eu seja a primeira pessoa que esteja publicamente falando, mas eu ouço isso todo dia na rua, como é que ela vai explicar? Eu não sei. Ela deve ter o pessoal do marketing que vai fazer a campanha dela, que vai dar uma saída pra ela. Inclusive, no caso da minha mãe... Minha mãe foi prestar depoimento na DEAM à Madeleine. E qual foi o desfecho até hoje? Nenhum. Eu quero dizer que não teve desfecho. Eu não quero dizer nada, tô dizendo apenas que não teve desfecho. Uma mulher agredida, chamada de Vaca e Vadia, e ela (Madeleine) se alia a esse pessoal, que agride uma mulher, chamando de Vaca e Vadia, e não teve desfecho, e agora ela é candidata desse grupo. Eu tô contando um fato. É muito perigoso a gente misturar as estações", destacou Wladimir.
O Prefeito de Campos revelou um fato sobre sua campanha anterior. Ele disse que, antes de Frederico aceitar ser o vice-prefeito, ele fez convite a Geraldão delegado, mas que o mesmo recusou o convite devido a sua posição na PCERJ. Para ilustrar seu pensamento, Wladimir Garotinho citou Allan Turnowski e Álvaro Lins, dois delegados da Polícia Civil no Estado do Rio de Janeiro que se envolveram na política e terminaram presos.
"Pra quem não sabe, vai saber agora. Antes de Frederico Paes aceitar ser meu vice, eu convidei Geraldão delegado (Geraldo Rangel) pra ser meu vice, numa composição com Gil Vianna. Geraldo Rangel, meu amigo, pessoa que tenho muito respeito, gosto muito dele, pessoa correta, de bem... E na composição com Gil Vianna, Geraldão muito meu amigo, também muito amigo de Gil Vianna, naquele momento a composição, a gente chegou no nome de Geraldo Rangel, delegado Geraldo Rangel, para ser meu vice, e Frederico até então não tinha aceitado, mas depois ele aceitou. Geraldão pediu um tempo pra poder pensar e ele voltou com a seguinte resposta: 'Wladimir, não vou poder. Eu consultei meus parceiros aqui de corporação, de Polícia Civil. Não é prudente misturar política com polícia. Se eu quiser entrar no processo político, eu tenho que sair da Polícia Civil. Porque no histórico, o policial que se envolveu com política, deu ruim'. Eu vou citar dois exemplos aqui. Vamos pegar um mais recente e um mais antigo. Vamos pegar um mais recente... Allan Turnowski, chefe de Polícia Civil de Cláudio Castro... Chegou a ser preso. Ah! Ele tem culpa? Não tem culpa? Eu não estou dizendo isso e eu me dou muito bem com Allan Turnowski, mas, por conta da política interna da Polícia Civil, que também se faz política de corporação, queimaram o cara e prenderam o cara. É ruim pra corporação porque o cara virou um policial político. Vou dar outro exemplo mais antigo: Álvaro Lins. Álvaro Lins foi chefe de Polícia Civil, virou o deputado mais votado da cidade do Rio e depois foi preso. E hoje, pra quem não sabe, o crime de Álvaro prescreveu. Ele vai ser reintegrado a Polícia Civil como delegado classe A. Ele e todas aquelas pessoas que foram condenadas à época. Mas misturou política com polícia... Muitas vezes os policiais ou os delegados são chamados a uma missão de se envolverem com política por pessoas que não vão durar eternamente em seus cargos e a sua carreira segue. Exemplo: Álvaro Lins. Álvaro Lins foi chefe da Polícia Civil, a convite do meu pai (Garotinho) e minha mãe (Rosinha Garotinho) se candidatou a deputado, se elegeu muito bem votado, sendo o mais votado na cidade do Rio, e quando Cabral entrou, e eu falo aqui porque eu conheço Álvaro, foi uma caçada pra prender Álvaro Lins e o grupo dele, porque era um grupo muito forte dentro da Polícia Civil, porque era ligado a outro grupo político e não ao grupo de Cabral. (...) Então, assim, Madeleine quer ser política? Então deixa a Polícia Civil e vem ser política. Assim, eu fico preocupado com essa mistura. Porque, por exemplo, um policial militar que vem pra disputar, ele é reformado. Se ele ganhar, ele é reformado. Ele não continua na corporação. Então, o que Geraldão me disse na época? Olha, não dá porque o pessoal não gosta de misturar, até porque, Wladimir, eu vou disputar uma eleição com você, nós vamos para um confronto com os outros candidatos, o que é normal, a agressão não é normal, mas o confronto é normal, aí a gente perde a eleição e eu vou ficar com raiva daquele cara que me confrontou, que me bateu, depois eu volto para a delegacia e aí o instinto do ser humano é querer dar o troco. É ruim isso. É muito ruim. E a gente vai disputar uma eleição contra uma delegada que o marido continua dentro da Polícia Civil. Inclusive, para quem não sabe, o marido dela foi da segurança de Rafael Diniz nos quatro anos de Rafael. Então tem um dedinho de Rafael Diniz aí na candidatura dela (Madeleine Dykeman)", contou.
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