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Tudo o que se sabe até agora sobre o assassinato da engenheira grávida em Campos
PUBLICADO POR: LEONARDO FERREIRA | PORTALOZK.COM - 10/03/2023 - 09:55

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A investigação sobre o assassinato de Letycia Peixoto, grávida de 08 meses, revelou uma trama com diversos envolvidos. Cinco pessoas já foram presas suspeitas de participarem no crime, entre eles Diogo Viola de Nadai. Apontado pela Polícia como mandante do assassinato, ele se relacionava há 08 anos com a vítima e vivia outro relacionamento com uma mulher de Campos com quem era casado.

O que a Polícia já descobriu no caso?
- Diogo Viola de Nadai é apontado pelo inquérito da Polícia Civil como autor intelectual e mandante do homicídio da companheira Letycia Peixoto Fonseca. Familiares da vítima definiram ele como "ciumento, possessivo e controlador".
- No dia do crime, Diogo procurou na internet maneiras de apagar dados do celular e da nuvem.
- Suspeitos de serem os executores do crime, Dayson dos Santos e Fabiano Conceição da Silva foram bordados pela PM três horas antes do assassinato.
- Letycia poderia ter sido morta no dia anterior, mas a moto que seria usada no crime quebrou.
- Gabriel Machado, apontado como intermediário, conheceu Diogo Violá há 2 anos num torneio de pôquer.
- Os envolvidos receberiam R$ 5 mil a ser divididos entre eles em partes iguais. João Gabriel Ferreira, que teria emprestado a motocicleta utilizada no crime, também receberia um fatia do valor.

A véspera do crime
Dayson dos Santos Nascimento, que admitiu à Polícia Civil ter pilotado moto usada para matar a tiros a grávida Letycia Peixoto Fonseca há uma semana, disse em depoimento à 134ª DP (Campos), que o crime aconteceria um dia antes, na quarta-feira, dia 1º. No entanto, problemas com a corrente do veículo fizeram com que a "fita" — gíria usada por ele para definir o serviço para o qual foi contratado — fosse adiada.

Dayson conta que foi contratado por um homem identificado como Gabriel, de apelido Polar, que avisou que "um menino dele" passaria para buscá-lo na BR-101, na altura da Igreja Universal de Ururaí, em Campos. No dia 1º, um dia antes do crime, a corrente da moto soltou durante o deslocamento e o serviço precisou ser cancelado, segundo Dayson.

Em casa, Dayson teria recebido uma mensagem de Gabriel, que dizia "não era pra ser hoje mesmo não", e marcaram para o dia seguinte. Esse trecho do depoimento não foi registrado no vídeo anexado ao inquérito.

O assassinato
Três horas antes do crime, uma patrulha da Polícia Militar abordou Dayson dos Santos, de 21 anos, e Fabiano Conceição da Silva, de 20. Eles estavam em um carro sem placa, em alta velocidade e foram perseguidos até serem interceptados em uma estrada de terra. O veículo era da mãe de Dayson e nada de ilegal foi encontrado com eles. O PM os liberou, mas, antes, tirou uma foto da dupla.

Dayson e Fabiano foram abordados a apenas 11 quilômetros do local onde Letycia e a mãe dela, Cintia Pessanha Peixoto Fonseca, foram baleadas. Câmeras de segurança gravaram o crime: a engenheira foi morta com cinco tiros na Rua Simeão Schremeth, no bairro Parque Aurora, às 20h58. As duas, acompanhadas de uma outra parente, chegavam em casa de carro, com a vítima ao volante, quando dois homens numa moto se aproximaram.

Em seu depoimento na 134ª DP (Campos), Cintia afirma ter estranhado o fato de Diogo Viola de Nadai, de 37 anos, companheiro de Letycia, não ter ido visitar o filho. Ela contou ainda ter ouvido da acompanhante de um outro paciente que um homem grande com as características de seu genro teria perguntado sobre Letycia na porta do hospital: “Já morreu? Já morreu?”

Ela ainda revelou que a filha a confidenciou que, horas antes do crime, Diogo pedira para ela abrir um empréstimo de R$ 16 mil. A mãe conta que a engenheira negou o pedido do companheiro e há muito tempo reclamava de como ele tratava suas dívidas.

A polícia ainda descobriu que, no dia do crime, o professor Diogo Viola de Nadai consultou na internet como apagar o histórico do celular.

A investigação também levou em consideração o comportamento de Diogo após o crime. Em depoimento, o sargento da PM Ricardo Barreto Barros, que atendeu a ocorrência, contou que achou “a atitude do marido de Letycia suspeita, pois o mesmo não demonstrava qualquer sentimento”. Outro detalhe foi contado pela mãe de Letycia. Enquanto a família acompanhava o bebê no hospital, Diogo foi para a casa da sogra dormir.

Dia seguinte ao crime
O bebê de Letycia nasceu no Hospital. Hugo, no entanto, morreu na manhã seguinte. Cíntia contou que o químico ainda teria passado o dia seguinte sozinho na casa “dormindo, mostrando total indiferença”, segundo a mãe da engenheira.

No depoimento, ela destacou que, ao saber da morte de Hugo, o professor teria reagido de forma exagerada “nitidamente como se fosse um teatro, gritando, berrando”.

Diogo negou em primeiro depoimento ter participado do crime. Ao ser preso, ficou em silêncio. Os outros acusados também não falaram à Polícia Civil, a não ser Dayson.

Relação conturbada
Diogo era casado desde 2010 com outra mulher, também moradora de Campos. A existência das duas relações, para a Polícia Civil, foi crucial para que Diogo decidisse assassinar Letycia. Na representação pela prisão temporária de Diogo, a delegada titular da 134ª DP (Campos dos Goytacazes), Natália Brito Patrão, afirma que com a aproximação do nascimento da filha de Letycia com o suspeito, “chegou um momento crucial” para que o professor decidisse o que fazer"

"Ela estava grávida de oito meses. Segundo a delegada, Diogo decidiu matar uma das duas mulher e optou por Letycia, “eliminando o seu grande problema”. Ainda de acordo com Natália, não tendo mais duas mulheres, o relacionamento com a outra estava solucionado.

O relacionamento entre Letycia e Diogo era conturbado. Uma tia da vítima contou à polícia que a sobrinha falava pouco sobre o namoro com o professor, por se sentir envergonhada com a situação de estar vivendo com um homem que ainda era casado, embora ele garantisse que estava separado da mulher.

O casal se conheceu há cerca de oito anos, quando Letycia estudava no Instituto Federal Fluminense, onde Diogo trabalha. Em 2019, o professor disse que havia se separado, mas nunca teria permitido que a vítima conhecesse a sua família. Os dois passaram a morar juntos, mas Diogo tinha como hábito deixá-la sozinha a pretexto de viajar, disse a tia à polícia. Ela afirmou que o professor “sumia por uma ou duas semanas”.

A tia contou que o companheiro da sobrinha era “ciumento, possessivo e controlador”. Ela contou à polícia que, certa vez, aproveitou que a mulher estava dormindo para usar a digital dela e desbloquear o celular. Ele queria saber com quem Letycia conversava no telefone e, ao ver as mensagens da companheira com a tia falando da relação do casal, parou de falar com ela.

Professor conhecia outros presos
A polícia encontrou uma ligação entre o professor e Gabriel Machado Leite, o Polar, acusado de ter contratado Fabiano e Dayson. Todos estão presos, inclusive João Gabriel Ferreira Tavares, dono da moto usada no crime. Ao todo, de acordo com a investigação, os quatro dividiram R$ 5 mil pela morte de Letycia.

À polícia, Gabriel diz ser inocente, mas admite ter conhecido o professor há dois anos durante um torneio de pôquer. Diogo é um jogador profissional e chegou a ficar entre os primeiros no ranking em competições pelo país. Na delegacia, Gabriel confirmou ainda que, no mês passado, passou o telefone de Dayson para Diogo, porque o professor estaria procurando um pintor para trabalhar em seu novo apartamento.

Na versão de Gabriel, ele teria ficado afastado um ano do amigo até que se encontraram uma semana antes do carnaval, na Avenida Pelinca, no centro de Campos dos Goytacazes, quando houve a troca de telefones. Depois, afirmou, não teve mais contato com Diogo. A delegada Natália Patrão pediu a quebra de sigilo telefônico de todos. *A reportagem é do Jornal Extra


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