Um acidente gravíssimo dentro de uma escola municipal de Teresópolis, na Região Serrana do Rio, revoltou a família de uma menina de apenas quatro anos de idade que teve parte do dedo amputado após um incidente ocorrido dentro da Escola Municipal Belkis Froni Morgado, no bairro São Pedro. A mãe da criança acusa a direção e a equipe escolar de negligência tanto no cuidado quanto no atendimento imediato após o acidente. O caso já foi encaminhado à Polícia Civil e ao Conselho Tutelar.
Segundo a família, a tragédia ocorreu na última segunda-feira (10). A mãe da menina foi avisada por telefone pela escola de que a filha havia “se machucado” após ter o dedo prensado na porta do banheiro por uma colega de turma. No entanto, a família afirma que a gravidade real do ferimento não foi informada naquele momento.
Quem chegou primeiro à escola foi a irmã mais velha da menina. Ao contrário do que havia sido relatado pela direção, ela encontrou a criança em forte sangramento, chorando intensamente, com o osso exposto e sem atendimento médico adequado. “Quando ligaram para mim, disseram apenas que uma amiguinha tinha prensado o dedo dela na porta. Não falaram em momento algum que o dedo da minha filha estava praticamente decepado”, relatou a mãe, indignada.
A família conta que apenas com a chegada do pai é que a situação se tornou ainda mais evidente. Ele encontrou a filha em sofrimento e sem ter sido levada imediatamente a uma unidade de saúde.
A menina foi levada pelos responsáveis até o posto de saúde do bairro São Pedro e foi lá que os profissionais constataram que parte do dedo havia sido decepada. Uma funcionária da escola precisou retornar à unidade para buscar o fragmento do dedo e colocá-lo em gelo, procedimento essencial para tentar a reimplantação em casos emergenciais. Mesmo assim, os médicos do Hospital das Clínicas, onde a criança passou por cirurgia de emergência, não conseguiram reconstituir o dedo. A menina precisou receber uma prótese.
Durante a apuração do repórter Marcus Wagner, da InterTV, funcionários da própria escola informaram que, no dia do acidente, cinco funcionários faltaram ao trabalho, o que teria comprometido a supervisão dos alunos, especialmente os mais novos. Esse cenário pode ter contribuído diretamente para o tempo em que as crianças permaneceram sozinhas no banheiro, local onde o acidente ocorreu.
A mãe afirma que pediu acesso às imagens das câmeras da escola, que poderiam esclarecer se havia algum adulto próximo, quanto tempo a criança ficou sem atendimento e como exatamente a porta atingiu o dedo da filha, mas, segundo ela, a escola se recusou a fornecer as imagens.
A equipe de reportagem questionou a Prefeitura de Teresópolis que, em nota, informou que "a Secretaria de Educação de Teresópolis está apurando o caso e que a criança foi prontamente socorrida e também que a Prefeitura determinou a abertura de sindicância para apurar responsabilidades, lamentando o ocorrido e se colocando à disposição da família".
A menina se recupera em casa, mas terá acompanhamento contínuo. O trauma físico e emocional ainda está sendo avaliado. Aos quatro anos, ela já passou por uma cirurgia e terá de se adaptar a uma prótese no dedo. O caso segue sendo investigado na 110ª Delegacia de Polícia de Teresópolis, onde o caso foi registrado. A reportagem foi exibida nesta quinta-feira (20), no RJTV1, da InterTv.
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