Considerado uma das principais lideranças do crime organizado do Rio e fundador da facção Amigos dos Amigos (ADA), Celso Luís Rodrigues, o Celsinho da Vila Vintém, foi preso, na manhã desta quinta-feira (8), em Padre Miguel, na Zona Oeste, durante uma operação da Polícia Civil.
Segundo as investigações, ele estava se aliando a outras lideranças de grupos rivais para promover disputas territoriais e retomar comunidades de Santa Cruz que estão atualmente sob influência da milícia.
A ação, realizada por agentes da 32ª DP (Taquara), da Delegacia de Roubos e Furtos de Cargas (DRFC) e da Subsecretaria de Inteligência (Ssinte), faz parte da "Operação Contenção", uma ofensiva estratégica para conter e atacar o avanço territorial do Comando Vermelho na Zona Oeste do Rio.
Segundo a Polícia Civil, o principal objetivo é desarticular a estrutura financeira, logística e operacional da organização criminosa, além de prender traficantes que atuam na região. Até o momento, já foi solicitado bloqueio de mais de R$ 6 bilhões em bens e valores da facção criminosa.
Na ação, moradores relataram intenso confronto na região. Após ser detido, Celsinho foi encaminhado em um veículo blindado até a Cidade da Polícia.
Em entrevista ao RJ1, da TV Globo, o secretário da Polícia Civil, Felipe Curi, comentou a importância da prisão do traficante.
"Ele é uma liderança de facção criminosa aqui do Rio, que estava se articulando com a maior facção criminosa que é o Comando Vermelho (CV) e grupos milicianos para que pudessem se associar e fazer uma política expansionista de domínio territorial. Eles estavam com esse acordo atacando comunidades com domínio da milícia para retomar ao Comando Vermelho para que eles pudessem explorar esses territórios", explicou.
O secretário reforçou que já foram bloqueados R$ 6 bilhões da organização criminosa. "Pretendemos frear essa expansão do Comando Vermelho, tirar essas lideranças de circulação, muitas outras operações estão sendo preparadas. Presos faccionados não podem ter nenhum tipo de benefício, ele foi solto há 2 anos , se articulou com outras facções e estava fomentando guerra e disputas territoriais entre outros grupos rivais", afirmou.
Histórico no crime
Celsinho da Vila Vintém é considerado um dos traficantes mais perigosos da década de 90. Preso há 20 anos, ele deixou o presídio em 2022. Além de tráfico de drogas, o criminoso responde por diversos crimes, como roubo a bancos e homicídios.
Criador da facção criminosa Amigos dos Amigos (ADA), Celsinho tem um histórico de fugas em presídios. Preso pela primeira vez em 1994, ele fugiu da penitenciária Milton Dias Moreira, no Complexo de Gericinó, mas foi recapturado dois anos depois, por policiais militares, na comunidade que ele comandava.
Em 1998, o traficante conseguiu fugir novamente do sistema penitenciário após ser transferido para retirar uma bala alojada no braço direito no Hospital Penitenciário Fábio Maciel, na rua Frei Caneca, no Catumbi, Região Central do Rio. Ele não realizou a intervenção, e teria saído pela porta da frente da unidade, vestido com uma farda da PM.
Considerado um bandido sanguinário, Celsinho chegou a negociar a própria vida com Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, chefão do Comando Vermelho, durante rebelião no Complexo de Bangu em setembro de 2002. Na época, traficantes ligados ao chefe da facção Comando Vermelho teriam executado quatro chefes de grupos rivais. Ele teria conseguido se manter vivo alegando que passaria o controle de venda de drogas da Vila Vintém para a facção rival.
Em 2014, ele foi transferido para uma unidade federal após ser apontado como o idealizador — mesmo preso — de uma tentativa de resgate de internos no Fórum de Bangu, em 2013. Na ocasião, uma criança de 8 anos e um policial foram mortos.
Ele foi solto em 2022 após uma decisão da Justiça, que o concedeu o direito dele responder em liberdade pela invasão à Rocinha, no ano de 2017. Condenado a mais de 30 anos, o traficante chegou a obter a progressão do regime fechado para o semiaberto em janeiro de 2021, mas não tinha deixado a prisão devido ao histórico de fugas.
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