A icônica atriz francesa Brigitte Bardot, símbolo de beleza e rebeldia dos anos 1960, morreu neste domingo, aos 91 anos. Conhecida por suas atuações em filmes como “E Deus Criou a Mulher” e por sua defesa incansável dos direitos dos animais, Bardot deixa um legado que transcende as telas de cinema. Entre suas contribuições mais inesperadas está a transformação de uma pequena vila de pescadores no Brasil em um destino turístico internacional: Armação dos Búzios, na Região dos Lagos, no estado do Rio de Janeiro. Sua visita em 1964 não apenas marcou sua vida pessoal, mas projetou Búzios para o mundo, atraindo celebridades e turistas de todos os cantos.
Em janeiro de 1964, no auge de sua fama, Brigitte Bardot, então com 29 anos, decidiu escapar do assédio constante dos paparazzi em Paris e no Rio de Janeiro. Acompanhada de seu namorado brasileiro, o fotógrafo Bob Zagury, ela buscou refúgio em Búzios, uma modesta vila de pescadores com praias desertas e sem infraestrutura turística significativa na época. O que começou como uma viagem discreta para relaxar à beira-mar acabou se tornando um marco histórico para a região.
Naquele período, Búzios era pouco mais que um aglomerado de casas coloniais e barcos de pesca coloridos, habitado por cerca de 300 famílias que viviam da pesca e da agricultura. Sem eletricidade em muitas áreas e acessível apenas por estradas de terra ou barco, o local oferecia o isolamento perfeito para a estrela. Bardot e Zagury ficaram hospedados em uma simples casa de pescadores, desfrutando de dias tranquilos na Praia da Armação e em outras enseadas virgens.
Fotos da atriz em biquíni, caminhando pela areia ou posando com moradores locais, circularam pelo mundo, chamando atenção para o paraíso escondido. O que era uma escapada romântica transformou-se em um fenômeno: Búzios ganhou o apelido de "Saint-Tropez brasileira", atraindo a elite carioca e internacional, incluindo nomes como Mick Jagger e Madonna em anos subsequentes.
A visita durou cerca de três meses, durante os quais Bardot se integrou à comunidade local. Ela passeava pelas ruas de paralelepípedos, experimentava a culinária fresca de frutos do mar e até participava de festas improvisadas com os pescadores. Essa exposição midiática catapultou Búzios para o cenário global, impulsionando o turismo e o desenvolvimento econômico da Região dos Lagos. Hoje, a península conta com mais de 20 praias, hotéis de luxo, restaurantes sofisticados e uma vibrante vida noturna, tudo graças ao "efeito Bardot".
Curiosidade inusitada: a caçada dos paparazzi e o plano de fuga
Uma das curiosidades mais fascinantes da passagem de Bardot por Búzios envolve a persistência dos paparazzi. Inicialmente, o casal tentou se esconder no Rio, mas os fotógrafos os seguiram implacavelmente. Para despistá-los, Zagury e Bardot bolaram um plano astuto: espalharam rumores de que estavam indo para o sul do Brasil, enquanto na verdade rumavam para o norte, em direção a Búzios. Mesmo assim, alguns repórteres descobriram o refúgio e acamparam na vila, forçando o casal a se mudar para uma casa mais isolada na Praia dos Ossos. Essa "caçada" não só gerou manchetes internacionais, mas também imortalizou Bardot como a musa que "criou" Búzios.
Em homenagem à atriz, a cidade ergueu uma estátua de bronze dela sentada à beira-mar na Orla Bardot, um calçadão à beira da Praia da Armação que leva seu nome. A escultura, inaugurada em 1999, atrai milhares de turistas anualmente, que posam para fotos ao lado da "eterna BB". Bardot, que se aposentou do cinema em 1973 para se dedicar ao ativismo animal, visitou Búzios apenas mais uma vez, em 1965, mas seu impacto perdura.
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