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Economia
Campos e São João da Barra superam pais em economia crescente
De janeiro a maio a economia dos dois municípios cresceu 4,13%; contra +3,19 do Brasil e +1,69% do estado
PUBLICADO POR: REDAçãO 3 | PORTALOZK.COM - 23/07/2025 - 09:45

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A economia das cidades de Campos dos Goytacazes e São João da Barra, que formam a Grande Campos, ao norte do estado do Rio de Janeiro, apresenta avanço de 4,13% nos cinco primeiros meses de 2025. O percentual é maior do que o registrado em nível nacional (+3,19), do estado do Rio de Janeiro (+1,69%) e da região da Bacia de Campos (+ 4,01%) no período.

Os dados são apurados em estudos do geógrafo e estatístico William Passos, da Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf) com base na metodologia desenvolvida pelos pesquisadores da Rede de Observatórios do Trabalho, do Ministério do Trabalho e Emprego:

“Apresentando-se como uma alternativa ao Produto Interno Bruto (PIB), a nova metodologia, denominada Produto Interno Real (PIR), calcula o crescimento da atividade econômica a partir da geração do emprego com carteira assinada”, explica.

Passos assinala que uma das diferenças mais significativas da nova metodologia, em comparação ao PIB dos municípios, calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e amplamente utilizado, é a de que ela não leva em conta a produção do petróleo nas plataformas marítimas, mas somente a dinamização da economia dentro do território.

O geógrafo pontua que, por outro lado, a nova metodologia – que funciona como uma proxy do crescimento da economia a partir da variação da contratação de trabalhadores no mercado formal - também não pode ser comparada ao Indel (que calcula a dinâmica econômica local dos municípios com grau de detalhamento mais apurado), do Núcleo de Pesquisa Econômica do Rio de Janeiro (Nuperj)/Uenf.

“Os pesquisadores da Rede de Observatórios do Ministério do Trabalho, descobriram que é possível calcular o crescimento da economia com base na derivada do crescimento do emprego formal”, enfatiza William observando, entretanto, que essa metodologia ainda não foi disseminada.

“Provavelmente, eu seja o primeiro pesquisador a aplicar essa metodologia a uma realidade concreta”, acredita o pesquisador acentuando que, no caso, consiste nos municípios do que ele chama de Região da Bacia de Campos, formada pela junção da ‘Grande Cabo Frio’, ‘Grande Macaé’ e ‘Grande Campos’.

No caso do levantamento que aponta o crescimento significativo da economia, William deixa claro que o foco é específico nas cidades de Campos e São João da Barra: “Juntas, elas integram o que eu chamo de ‘Grande Campos’, na prática, uma tradução numa linguagem mais popular do conceito acadêmico de Arranjo Populacional e Concentração Urbana de Campos dos Goytacazes/RJ, criado pelo IBGE, mas de difícil explicação, na minha avaliação”.

EFEITOS EXPRESSIVOS - Pelos dados expostos, observa-se que, no acumulado de janeiro a maio, a economia da Região da Bacia de Campos, formada pelos municípios produtores de petróleo, cresceu acima do ritmo da média nacional e estadual. “Por sua vez, a economia da Grande Campos também apresentou crescimento considerável, superando, inclusive, à média do crescimento registrado na Região da Bacia de Campos”, comenta o geógrafo.

Também está constatado que, puxada pelo Porto do Açu, a economia sanjoanense cresceu 4,26% nos cinco primeiros meses do ano, enquanto a atividade econômica campista expandiu à taxa de 4,00%, impulsionada pelo setor de Serviços. No cálculo geral, a empregabilidade tem participação expressiva.

Parte do crescimento de 4,13% referente à Grande Campos pode ser explicado pela geração de 2.705 empregos formais de janeiro a maio de 2025, um aumento de 2,83% na comparação com o volume de empregos gerados em dezembro de 2024. O responsável pelo levantamento ratifica que há uma vantagem importante desta nova metodologia.

A justificativa é que, ao calcular o crescimento da atividade econômica a partir da criação do emprego com carteira assinada, o indicador sinaliza para a variação de uma importante fonte de geração de receita tributária, na medida em que os empregos formais são um importante termômetro do comportamento de setores com fortes influências nas economias municipais.

“Entre outros impostos, adicionam o pagamento de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e de Imposto Sobre Serviços (ISS) ao orçamento das prefeituras, duas fontes de receita cujo aumento é fundamental para diminuir a dependência dos royalties do petróleo dos municípios da Região da Bacia de Campos”, avalia William definindo que, do ponto de vista econômico, Campos e São João da Barra formam uma coisa só.

REFLETOS DE GESTÃO - Para justificar seu posicionamento, pela integração das duas cidades, o geógrafo resume: “A falta de sentido na separação pode ser explicada tanto pelo fato de muitos trabalhadores do Porto do Açu residirem em Campos e muitos sanjoanenses trabalharem no vizinho município”.

Outra justificativa é a significativa população flutuante no verão de São de João da Barra, a maioria campistas com segunda residência para veraneio nas praias sanjoanenses. “Dessa forma, a Grande Campos é uma continuidade urbana formada pelo vaivém de pessoas que moram em um município, mas que trabalham ou estudam em outro”, conclui o estatístico.

Diretor de Indicadores Econômicos e Sociais do governo de Campos, o economista Ranulfo Vidigal comenta que os números expressivos apresentados pela economia municipal nos primeiros cinco meses do ano espelha o acerto da administração do município em dar estabilidade às regras do jogo.

Ranulfo inclui, ainda, pagamento em dia dos salários dos servidores; investimentos em infraestrutura; além da transferência de renda para as famílias mais vulneráveis da cidade, aumentando a qualidade de vida: “Mais empregos incrementa a massa de salários e atrai novas empresas de fora”. Ele não acredita que a crise tarifária nacional possa impactar fortemente no setor econômico de Campos.

“Em minha opinião, a economia campista sofrerá menor impacto da crise tarifária, em função de sua especialização em serviços e logística”. O economista aponta que os setores com maior impacto são os de exportação de suco de laranja, aviões (SP), café (ES), entre outros: “O petróleo que sai do Porto do Açu vai para a China; o etanol vai para a mistura na gasolina. Minha única dúvida é o açúcar, mas nossa exposição é pequena”, conclui.

Com informações do Jornal O Dia


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