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'Vermelhou': veja a nova tendência da cor de cabelo no verão
A nova febre começou a viralizar em algumas redes sociais no fim do ano passado
PUBLICADO POR: REDAçãO 3 | PORTALOZK.COM - 14/01/2024 - 12:06

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Não é o ruivo ferrugem, nem acaju. É vermelho mesmo. E extremamente vibrante. O visual que tem feito a cabeça dos meninos do Rio é a mais nova tendência do verão 2024. Bastou uma postagem do MC Poze do Rodo com o cabelo tingido de vermelho para que as barbearias e salões de beleza enchessem com pedidos pelo “vermelhou”. A época do ano favorece: mais festas e, geralmente, férias, permitem a brincadeira. O clássico “nevou”, aquele loiro bem descolorido, deu margem para a criatividade dos “crias” este ano, já de olho no carnaval.

— Onde você vai hoje em dia tem alguém com o cabelo descolorido e, nesse verão, vermelho. Desde o ano-novo, é uma febre. A procura segue muito grande, principalmente para o carnaval, que compõe com as fantasias dos bate-bolas. Antigamente era o descolorido amarelo, depois evoluiu para o platinado e, agora, o colorido. Vermelho é a única cor que eu gosto no meu cabelo. Minha namorada pediu para eu pintar de preto, mas negociei até fevereiro — conta o barbeiro Marcos Paulo Ceccopiere, de 30 anos.

Influência do tiktok

Durante a semana, ele atende na Barbearia dos Crias, que montou em um cômodo nos fundos da casa que divide com a mãe, Carla Fonseca, em Anchieta, na Zona Norte. Nos fins de semana, a cadeira é na comunidade do Jacaré, também na Zona Norte.

— Eu comecei em 2017, no salão do meu compadre. Antes, treinava em casa cortando o cabelo do meu filho. Quase pensei em desistir depois que algumas portas se fecharam, mas consegui essa oportunidade no Jacaré, onde aprendi muito. Sou muito grato. Agora eu quero estudar para dar curso — revela Marquinhos, como é conhecido.

A onda do vermelho começou a viralizar em algumas redes sociais no fim do ano passado. Nos salões de beleza, a clientela passou a pedir as cores “vermelho fantasia” e “cherry cola”, em referência a um refrigerante de cereja que circulava no TikTok.

— A tendência veio forte depois que viralizou. A procura pelo vermelho masculino surgiu com o MC Poze, que trouxe uma alternativa além do nevou, e o reflexo de bolinha, mais comuns nessa época. É bom saber que as tendências de cor também estão inspirando os homens — diz a colorista Rayssa Felisberto, especialista em ruivos para todos os tipos de pele, no salão Prya, em Icaraí, na Zona Sul de Niterói.

Foi ela quem tingiu o cabelo do marido, o cantor e locutor Wallace Portugal, de 30 anos, cuja cabeça brota ao pé desta página.

— Eu já estava há um tempo com vontade de fazer o cabelo vermelho. Esse período de férias dá para brincar, o carnaval daqui a pouco está aí. Já pintei de ruivo ferrugem, platinei e, um tempo atrás, fiz estampa até de onça... animal print que chamam — enumera Wallace. — Na rua todo mundo olha, é fácil ser reconhecido na multidão. Fico um pouco receoso com o trabalho, mas acho que é de boa, dá um tom artístico.

Pelo menos duas vezes por semana, os gêmeos idênticos Ruan Rosa e Renan Rosa, de 22 anos, fazem um “vermelhou” na barbearia da dupla, a Moral de Cria, que tem um unidade em Curicica e outra no Terreirão (no Recreio dos Bandeirantes), ambos na Zona Oeste do Rio.

— Brincar com a cor do cabelo é muito local, muito do Rio. Já é da nossa cultura, principalmente nas comunidades. O platinado e o reflexo são típicos. A gente foi a São Paulo há pouco tempo, eu estava com o cabelo pintado, todo mundo via logo que era carioca. Eu já pintei de várias cores. Lancei o vermelho para ficar na régua, né? — diz Renan.

Sócios, Ruan e ele fundaram a barbearia com 14 anos. A marca veio depois. O trabalho ainda na adolescência foi um meio de levar algum sustento para a família e tirar Renan dos semáforos, onde vendia água para ajudar a pagar as contas.

— Eu comecei primeiro a fazer serviço de corte de cabelo. Quando vi que estava dando para levar um dinheirinho para casa, o Renan saiu do sinal e veio trabalhar comigo. Isso mudou nossas vidas — lembra Ruan.

A moda influencia os mais novos também. Agora o cabelo de Fernando Lucas Miranda, de 14 anos, está branco, mas já à espera das pinceladas vibrantes para a folia de fevereiro:

— Eu acho estiloso. Vou pintar de vermelho de novo para o carnaval. Já usei uma vez. Acho bonito, dá uma diferenciada, destaca bem. Gosto dessas coisas. Meu sonho é ser barbeiro. Eu fico olhando meu tio trabalhar, tenho que aprender muita coisa ainda — reconhece o menino, que se inspira no tio Marcos Paulo Ceccopiere, também adepto do vermelho nos cabelos.

Cuidados diários

Mas não pense que é simples. A cor exige tanta atenção quanto chama. Em duas semanas, o cabelo cresce e começa a aparecer a raiz natural. Com um mês, já pode retocar. A colorista Rayssa explica alguns cuidados para manter o tom intenso por mais tempo e, por outro lado, evitar manchas nas roupas, por exemplo.

— Estar com o cabelo mais curto, natural e sem química facilita a descoloração. Depois de pintar, o conselho que dou é utilizar algum finalizador (pode ser óleo, spray ou creme) com proteção UV, que protege os fios dos raios solares responsáveis por desbotar a cor. Quanto mais cuida, mais difícil desbotar — recomenda, já fazendo um lembrete imprescindível: — O vermelho solta bastante pigmento, então, cuidado ao colocar roupas brancas com o cabelo molhado, e também com as toalhas e roupas de cama. Pode manchar.

Cor mal interpretada

No entanto, o vermelho que faz a cabeça dos rapazes também pode trazer problemas. O Rio tem muitos lugares em constante disputa por território entre grupos criminosos e, segundo relatos dos jovens que pintaram ou querem pintar o cabelo, não dá para se arriscar e ir até alguma região onde a cor não é bem-vinda, por ser associada a uma facção criminosa.

— Pinto meu cabelo desde os 12 anos, na época que faziam o reflexo de bolinha, feito com algodão. É muito da cultura do Rio, mas tem gente que confunde com o crime. Tem lugar que não dá para entrar. Fora o preconceito que rola muito, infelizmente — conta o artista plástico Malvo.

O nome é apelido de Cassio Luis da Silva, que retrata a realidade cultural da favela em obras de arte. Aos 22 anos, ele é um dos que expõem telas na montagem “FUNK: Um grito de ousadia e liberdade”, em cartaz até agosto no Museu de Arte do Rio (MAR).

— A arte está na minha vida desde sempre, minha mãe é artesã e me inspirou muito. Pintar o cabelo para mim representa a nossa identidade. Aqui, é muito comum nas datas festivas, e vai além das comunidades, faz parte da cultura carioca — reforça.


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