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O único sobrevivente do acidente que provocou a morte de sete pessoas da mesma família recebeu alta médica neste sábado (1º). Cristhian Lima Correa, de 16 anos, estava internado no Hospital Municipalizado Adão Pereira Nunes, em Duque de Caxias, desde 18 março, quando o carro em que estava foi atingido por uma carreta, na BR-493, na altura de Guapimirim, na Baixada Fluminense. Os pais e irmãos do adolescente morreram. 

De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde de Duque de Caxias, na ocasião, a vítima deu entrada na unidade por politrauma grave e ficou 15 dias internado em regime intensivo. Após apresentar "ótima evolução clínica neste período", Cristhian recebeu alta, andando com limitação. O adolescente foi orientado a voltar ao hospital durante a semana para reavaliações ambulatoriais e retirada do dreno abdonimal. 

"O paciente e seus familiares estão recebendo todos os cuidados assistenciais e orientações das equipes do HMAPN. A direção da unidade informa ainda que Cristhian se mostra bastante animado em poder ir para casa", disse a pasta em nota. A vítima começou a apresentar melhoras na última semana, quando foi extubado e passou a responder aos estímulos verbais da família. Na última quarta-feira, ele deixou o Centro de Terapia Intensiva (CTI). 

"Eu quero agradecer muito a vocês que me deram suporte, estou muito feliz que eu vou sair. O hospital foi muito bom, o pessoal que trabalha aqui foi muito legal comigo. Estou muito feliz", disse o adolescente, que já fez planos para a volta para casa. "Vou jogar bastante videogame, ver minha família, comer bolo, quero comer muita coisa. Quero ser jogador (de futebol) ainda, atacante. Fazer muito gol daqui para frente e homenagear a minha família, meus pais, que infelizmente não sobreviveram, estou superando. Guarda meu nome que um dia eu ainda vou ganhar bola de ouro", brincou. 

"Eu não tenho palavras para a agradecer. Em primeiro lugar quero agradecer a Deus, porque sem ele nada podemos fazer nada, e agradecer, também, à equipe do hospital, à coordenadora Raquel e sua equipe, por tudo que fizeram pelo meu neto. No primeiro dia que eu estive aqui, eu vi que nós teríamos que fazer algo sobrenatural, orar muito, pedir muito a direção de Deus e pedir que realmente os médicos fizessem o possível e o impossível para salvar a vida do Cristhian. O Cristhian não era para estar aqui hoje, mas foi a permissão de Deus. O Cristhian é um milagre", afirmou a avó, Valéria Correia. 

Ainda segundo Valéria, a força do adolescente surpreendeu os funcionários do hosítal. "Aqui no hospital, ele conquistou o coração de muitos, até a força dele sobrenatural, porque ele lutou muito. Quando eu queria levantar ele da maca, ele (dizia): 'vó, deixa eu ir sozinho, eu tenho que caminhar sozinho'. Ele queria vir andando (para a saída do hospital). Ele é um verdadeiro milagre e um guerreiro, ele está aqui hoje como um verdadeiro campeão".

No acidente, os pais de Cristhian, Jhonatan Guimarães Corrêa, 35, e Letícia Gabrielle Fernandes de Lima, 32, e seus irmãos Enzo Gabriell Lima Corrêa, 5, e Gabrielle Lima Corrêa, 10, e Isaque Lima Corrêa, 8, morreram na hora. Larissa Lima Corrêa, 2, foi socorrida e morreu horas depois da colisão, enquanto Guilherme Lima Corrêa, 14, chegou a ficar internado por três dias, mas teve morte cerebral. Os órgãos do adolescente foram doados. 

Pai, mãe e os seis filhos passavam pela BR-493, saindo de Santo Aleixo, em Magé, sentido Niterói, quando uma carreta invadiu a pista contrária da via e atingiu o carro em que a família estava. O motorista do veículo que provocou o acidente foi indiciado por homicídio culposo, quando não há intenção de matar. Em seu depoimento, ele alegou que perdeu o controle da direção após entrar no desnível do acostamento ao dar espaço para um outro caminhão que vinha no sentido contrário da via.

"Nós vamos dedicar nossa vida ao Cristhian, à educação dele, à saúde dele, aos sonhos dele, tudo aquilo que estiver ao nosso alcance para fazer enquanto tivermos força, eu, minha família, meus amigos e todos aqueles que nos acolheram nesse momento de dor. Nós estamos aqui lutando pela vida dele e hoje é um dia muito feliz para cada um dia nós", completou Valéria.

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