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A tuberculose é uma das doenças mais antigas conhecidas pela humanidade, mas ainda hoje desperta dúvidas e é cercada por mitos na população. Em Campos, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), em parceria com a Gerência Estadual de Tuberculose da Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro (GERT/SES-RJ), vem implementando a descentralização do atendimento no município. O objetivo é garantir que mais pessoas tenham acesso rápido e gratuito aos cuidados, oferecidos integralmente pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Atualmente, nove Unidades Básicas de Saúde da Família (UBSF) já oferecem tratamento para tuberculose: Parque Aldeia, Santa Helena, IPS, Conselheiro Josino, Santa Cruz, Jamil Ábido, Saturnino Braga, Penha e Imperial.

“Antes, todos os pacientes sintomáticos respiratórios ou em tratamento de tuberculose eram direcionados ao Programa de Controle da Tuberculose, localizado no Centro de Referência Augusto Guimarães, ao lado do Hospital Geral de Guarus (HGG). Com a descentralização, as pessoas podem procurar a unidade mais próxima de sua residência. A intenção do município é expandir gradualmente os atendimentos para todas as UBS, sendo estas nove as unidades piloto”, explica Daniella Cavalheire, monitora municipal da Gerência de Tuberculose da SES-RJ. Ela reforça que qualquer pessoa com sintomas respiratórios deve procurar a unidade de saúde mais próxima para garantir diagnóstico precoce, início imediato do tratamento e, consequentemente, a cura.

O tratamento da tuberculose dura, em média, seis meses, é totalmente gratuito e deve ser realizado de forma contínua, sem interrupções. Além da medicação, os pacientes contam com acompanhamento de uma equipe multiprofissional, incluindo assistência social. “O abandono do tratamento é perigoso, pois pode levar à resistência bacteriana. Nesses casos, o tempo de tratamento passa de seis meses para até um ano, com medicamentos mais fortes e maiores efeitos adversos. Por isso, mesmo que os sintomas desapareçam, é fundamental que o paciente siga até o final do tratamento”, alerta Fabrício Moreira, biólogo e responsável técnico pelo TRM-TB de Campos.

A tuberculose ainda é cercada por crenças equivocadas. Um dos mitos mais comuns é o de que a doença pode ser transmitida por objetos pessoais, como talheres, toalhas ou vasos sanitários. “Isso não é verdade. A tuberculose é transmitida exclusivamente pelo ar, por meio da tosse, espirro ou fala de pessoas infectadas”, esclarece Daniella.

Outro engano recorrente é acreditar que uma gripe mal curada pode evoluir para tuberculose. “A gripe não tem relação com a tuberculose. A doença é causada por uma bactéria específica, o Mycobacterium tuberculosis. Portanto, uma gripe jamais evolui para tuberculose”, completa Fabrício.

Ele também destaca que, apesar de o pulmão ser o órgão mais frequentemente atingido, a tuberculose pode comprometer outras partes do corpo, como rins, ossos, medula e até o sistema nervoso central.

Mesmo pessoas que já tiveram tuberculose podem ser reinfectadas. Além disso, determinados grupos apresentam maior risco de adoecimento, como pessoas em situação de rua, privados de liberdade, povos indígenas, profissionais de saúde e pessoas vivendo com HIV.

Daniella e Fabrício reforçam juntos: “A tuberculose tem cura, e o tratamento é totalmente gratuito pelo SUS. Diante de qualquer sintoma suspeito, procure a unidade de saúde mais próxima e garanta diagnóstico e tratamento adequados”.

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