Wallace Mendes, 43 anos, decidiu remar de caiaque de Vitória, no Espírito Santo, até a cidade do Rio de Janeiro. O professor de química sempre esteve no manguezal, que era extensão de seu quintal. Além do sustento da família, que é de pescadores, o ecossistema é parte importante na empreitada que ele resolveu se lançar.
Em 2018, ele criou uma empresa de passeios sustentáveis de caiaques para que mais pessoas pudessem conhecer as belezas que o manguezal possui, além de despertar a importância da preservação. Mas remar apenas nesta região, ficou pequeno para ele. Em julho de 2020, Wallace resolveu fazer uma expedição de Vitória para o Rio de Janeiro.
"Comecei a remar distâncias maiores, indo para as ilhas de Vila Velha, Barra do Jucu, sempre para mostrar que poderia ir além".
Remando cerca de 30 quilômetros por dia, sempre no período diurno, Wallace tentou se precaver ao máximo dos perigos da expedição. De certo modo, ele obteve sucesso no mar. Mas em São João da Barra ele passou por momentos difíceis e não tem nada a ver com a navegação.
"No meu segundo dia peguei um mar muito difícil na altura de Guarapari e até pensei se o percurso todo seria assim, mas não. Meu maior problema é que fui assaltado em São João da Barra (RJ), quando me preparava para ir para a água. Roubaram dois celulares que eu usava para fazer as fotos, uma flauta que eu usava para passar o tempo em terra e meus óculos. Corri e consegui fugir, evitando que ele [o ladrão] levasse meu celular de comunicação e meu dinheiro. Recebi apoio de uns moradores locais, mas não consegui recuperar meu material", disse.
Dentre outros pequenos contratempos, Wallace acabou tendo um final feliz. O professor, ao longo de toda expedição, recebeu apoio de muitos amigos. Ele concluiu o trajeto em 20 de janeiro. Ao todo, Wallace levou 18 dias para concluir a expedição e remou por cerca de 522 quilômetros entre Paneleiras, em Goiabeiras (ES), até a Urca, no Rio de Janeiro.
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