Mesmo sendo a penúltima cidade do Norte Fluminense em orçamento por habitante, Campos se tornou um exemplo de gestão eficiente e vem atraindo cada vez mais empreendimentos da iniciativa privada. O tema foi abordado na noite dessa segunda-feira (7) pelo prefeito Wladimir Garotinho, numa palestra para empresários e lideranças políticas na Câmara de Dirigentes Lojistas de Campos (CDL Campos), num ciclo de debates sobre o desenvolvimento regional.
“Fazemos mais com muito menos”, disse Wladimir, referindo-se a uma tabela que compara os orçamentos das prefeituras do Norte Fluminense com a população de cada município. Com 519.011 habitantes, Campos tem R$ 5.400 para investir por ano por habitante, enquanto São João da Barra tem R$ 23,9 mil, Quissamã tem R$ 20,67 mil e Macaé, R$ 18,4 mil. O baixo orçamento se agrava por problemas como a falta do cofinanciamento do Governo do Estado na área da saúde. Embora Campos seja referência para oito municípios da região, vem recebendo do Estado pacientes de aproximadamente 30 municípios, sem o devido repasse financeiro.
Diante de uma plateia lotada, o prefeito falou sobre as novas oportunidades de negócio que estão surgindo em Campos e defendeu a criação de um conselho unindo poder público e setor produtivo para debater temas comuns que influenciam na vida de todos e cobrar soluções para problemas que estão além da responsabilidade do município. “Poder público e setor produtivo precisam se retroalimentar e conversar sempre. Nós somos hoje uma cidade estável, e é disso que o empreendedor precisa. Uma cidade que honra seus compromissos, coloca dinheiro na rua e dá estabilidade para quem quer investir aqui”.
Acompanhado do vice-prefeito Frederico Paes, Wladimir apresentou dados e números que comprovam o crescimento de Campos nos últimos quatro anos e meio. Em seu governo, o município registrou um saldo positivo de 15.871 empregos com carteira assinada, abertura de 7.648 empresas e aumento de 33% no número de Microempreendedores Individuais (MEIs). Segundo ele, o bom resultado é fruto de uma política que combina diversas ações de governo, como a desburocratização na legalização de empresas, o alvará facilitado, a retomada das obras de infraestrutura e o pagamento em dia dos servidores municipais.
Além dos números positivos na economia, Wladimir citou ações de proteção social e melhoria da qualidade de vida da população. Entre elas, a reabertura do Restaurante do Povo, a criação do Cartão Goitacá, a reabertura de 40 Unidades Básicas de Saúde (UBS), as reformas do Hospital Ferreira Machado e do Hospital Geral de Guarus, a criação do SOS Coração, intervenções em mais de 200 escolas e a conquista da nota 5,4 no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) — a maior da história do município.
Em seguida, o vice-prefeito Frederico Paes falou sobre o setor sucroalcooleiro e a transição energética, citando a força do agro na economia campista. Ele destacou que novos investidores estão chegando para investir no campo, e que será fundamental que haja um trabalho conjunto entre poder público e iniciativa privada para que o município se beneficie das novas oportunidades. “Acredito que nós teremos uma Campos muito melhor para os nossos filhos e os nossos netos. Temos que dar as mãos para fazer uma cidade melhor”.
A noite teve outros palestrantes. O empresário Sandro Longuinho, da Tree+, apresentou detalhes do projeto que a empresa já está desenvolvendo em Campos no setor agroflorestal para recuperar 15 mil hectares de Mata Atlântica, plantar 15 mil hectares de árvores comerciais e implantar 20 mil hectares de lavouras integradas, com a geração de 2 mil empregos diretos.
Também convidado da noite, o empresário Ricardo Viana, da BR Offshore, falou sobre a relevância do Complexo Logístico Farol/Barra do Furado, projeto que a empresa está assumindo na foz do Canal das Flechas 13 anos depois de as obras terem sido paralisadas. “Estamos acreditando bastante na Barra do Furado para atender a uma demanda que tende a crescer nos próximos anos”, disse o empresário, referindo-se às novas tecnologias e novos investimentos previstos em produção de petróleo e gás na Bacia de Campos.
Último palestrante da noite, o secretário municipal de Agricultura, Pecuária e Infraestrutura Rural, Almy Junior, citou as principais vocações de Campos no agronegócio e cobrou mobilização política em Brasília pela aprovação do Projeto de Lei 1.440/2019, de autoria do prefeito Wladimir Garotinho quando deputado federal, que classifica como semiárido o clima dos 22 municípios do Norte/Noroeste Fluminense.
“Vamos continuar convidando prefeitos e lideranças, porque entendemos que o desenvolvimento precisa ser discutido regionalmente”, disse o presidente da CDL Campos, Fábio Paes. “Um município complementa o outro, e no final o resultado é no comércio. Por isso a CDL se coloca nessas discussões”, disse o presidente, elogiando a iniciativa de criação de um conselho unindo poder público e setor empresarial.
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