Uma moradora de Campos viveu um momento inusitado no dia 27 de outubro ao encontrar um gato-maracajá em cima do guarda-roupa de seu quarto. Surpresa com a presença do animal silvestre, ela acionou o Corpo de Bombeiros, que, por sua vez, contatou o Instituto Estadual do Ambiente (Inea).
Guarda-parques do Parque Estadual da Lagoa do Açu, unidade de conservação administrada pelo Inea, foram ao local para realizar o resgate. O felino foi inicialmente localizado sob a pia da cozinha, mas a captura exigiu agilidade da equipe, já que o animal correu por diversos cômodos e chegou a escapar para a rua, onde foi finalmente contido em segurança.
O gato-maracajá, um exemplar adulto, foi levado à sede do Parque Estadual da Lagoa do Açu, em São João da Barra, onde passou por avaliação veterinária e teve o bom estado de saúde confirmado. Após o exame, foi devolvido ao seu habitat natural, dentro da própria unidade de conservação, ainda no mesmo dia.
Espécie ameaçada de extinção e classificada como “Vulnerável” pelo Ministério do Meio Ambiente, o gato-maracajá é um felino de hábitos noturnos que vive nas copas das árvores e se alimenta de pequenos mamíferos e aves, desempenhando importante papel no equilíbrio ecológico.
MAIS SOBRE O GATO-MARACAJÁ
O gato-maracajá é um felino silvestre de porte médio, medindo entre 45 e 80 cm de comprimento, com cauda longa (quase do tamanho do corpo) e peso que varia de 3 a 9 kg. Sua pelagem é dourada ou amarelada, com manchas pretas em formato de rosetas, lembrando a de uma jaguatirica, embora seja mais esguio e tenha cauda e patas proporcionalmente maiores. Os olhos são grandes e adaptados para a visão noturna, e as orelhas apresentam o verso preto com uma mancha branca central, típica da espécie.
É um animal solitário, ágil e essencialmente noturno, passando a maior parte do tempo nas copas das árvores. Poucos felinos no mundo são tão hábeis em se locomover nas alturas — o maracajá consegue girar os tornozelos em até 180°, o que lhe permite descer de cabeça para baixo em troncos, comportamento incomum até entre felinos.
A espécie é encontrada desde o México até o norte da Argentina, e no Brasil ocorre em praticamente todos os biomas florestais — especialmente na Mata Atlântica e na Amazônia. Sua presença depende de áreas florestais bem preservadas, o que explica por que o desmatamento e a fragmentação do habitat representam grandes ameaças à sua sobrevivência.
O gato-maracajá se alimenta de pequenos mamíferos, aves, lagartos e até frutos, atuando como controlador natural de populações de suas presas. Assim, contribui para o equilíbrio dos ecossistemas, evitando a superpopulação de roedores e outros animais herbívoros que poderiam prejudicar a vegetação.
De acordo com a Lista Vermelha do ICMBio e da IUCN, o gato-maracajá é classificado como “Vulnerável”, principalmente devido à perda de habitat, atropelamentos e caça ilegal. A espécie também é vítima do tráfico de animais silvestres, muitas vezes confundida com a jaguatirica por sua beleza exótica.
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