Dois cenários distintos, porém unidos por um mesmo problema ambiental silencioso e crescente: a erosão costeira. A Praia de Copacabana, símbolo mundial do Rio de Janeiro, e Atafona, no município de São João da Barra, vêm perdendo parte significativa de suas faixas de areia — e com elas, história, moradias e segurança.
Copacabana encolhe sob os pés dos cariocas
Cartão-postal conhecido em todo o mundo, Copacabana já não é mais a mesma. Estudos recentes conduzidos pela Coppe-UFRJ em parceria com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente revelam que, em apenas uma década, trechos da praia perderam até 55 metros de largura, o que representa quase 50% de redução em algumas áreas.
Essa transformação, apesar de sutil à primeira vista, é profunda e preocupante. A erosão da faixa de areia compromete não apenas a paisagem icônica, mas também afeta o lazer da população, o turismo e a infraestrutura da orla. Especialistas apontam que o avanço do mar se intensifica com o aumento do nível dos oceanos e eventos climáticos extremos, como ressacas mais frequentes.
Atafona: casas engolidas pelo mar
Enquanto Copacabana perde areia, Atafona perde história. No distrito litorâneo de São João da Barra, no norte do estado do Rio de Janeiro, a erosão costeira atinge níveis catastróficos. A praia já perdeu cerca de 500 metros de faixa litorânea, e a destruição de casas, comércios e prédios públicos é visível tanto na areia quanto sob as águas.
A paisagem atual inclui ruínas de edificações engolidas pelo mar — marcas de um processo que se intensificou nas últimas décadas, tornando Atafona um dos casos mais graves de erosão no Brasil. O fenômeno é causado, principalmente, pela ação das correntes marítimas e pela redução do volume de sedimentos levados pelo Rio Paraíba do Sul, devido a barragens e intervenções humanas ao longo de seu curso.
O que pode ser feito?
Especialistas defendem ações integradas e urgentes para conter ou mitigar os danos. Entre as soluções estudadas estão obras de contenção, recuperação artificial de areia e políticas de adaptação costeira. No entanto, muitas medidas ainda esbarram em questões orçamentárias, burocráticas e políticas.
A erosão das praias brasileiras é um alerta claro de que os efeitos das mudanças climáticas e da ocupação desordenada do litoral já são visíveis — e exigem resposta imediata.
“Precisamos tratar a erosão costeira como uma questão de segurança pública, ambiental e econômica. Ignorar esse processo pode ter consequências irreversíveis para comunidades inteiras”, alerta um dos pesquisadores da Coppe-UFRJ.
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