O Connect-E 2025, promovido nesta sexta-feira (12) no Instituto Federal Fluminense (IFF), debateu e apontou diversas soluções para o desenvolvimento sustentável da região a partir da energia, economia verde e inovação. Promovido pela Organização dos Municípios Produtores de Petróleo (Ompetro) e pela Prefeitura de Campos, através da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Energia e Petróleo, o evento reuniu especialistas, gestores públicos, lideranças empresariais e representantes do setor offshore, naval, e de petróleo.
Participaram da mesa de abertura o vice-presidente da Ompetro e prefeito de Carapebus, Bernard Tavares; o tesoureiro da Ompetro e prefeito de Casimiro de Abreu, Ramon Gidalte; o reitor do IFF, Victor Saraiva; o presidente da Associação Brasileira de Refino Privado (RefinaBrasil), Evaristo Pinheiro; o CEO da Associação Brasileira dos Produtores Independentes de Petróleo e Gás (ABPIP), Márcio Serra Bezerra; o presidente do Conselho Regional da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), Francisco Roberto Siqueira; o CEO do Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP), Roberto Ardenghy; os deputados federais Caio Vianna e Júlio Lopes e os procuradores do Estado Gustavo Amaral e Paulo Henrique Mainier.
O foco principal foram quatro talks (rodas de conversa). O primeiro talk teve como tema “O Futuro da Bacia de Campos”. Participaram o vice-presidente da Ompetro, Bernard Tavares; o CEO do IBP, Roberto Ardenghy; o CEO da Infra Aeroportos, Rosimar Tavares Navarro; e o subsecretário de Estado de Energia, Sérgio Coelho. O moderador foi o CEO da ABPIP, Márcio Félix.
O segundo talk, moderado por Antônio Rocha, do Fórum Nacional de Secretários de Minas e Energia, debateu o tema “Royalties 4.0: Novos Caminhos para os Municípios Produtores”. Participaram o presidente da Refina Brasil, Evaristo Pinheiro; a advogada Sofia Monteiro, do escritório Vanuza Sampaio Advogados Associados; e o secretário executivo da Prefeitura de Niterói, Felipe Peixoto.
“Economia Azul: O Mar como Fronteira de Inovação e Negócios”, foi tema do terceiro talk, que teve como moderador o subsecretário de Estado adjunto de Economia do Mar, Marcelo Felipe Alexandre. Participaram o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Energia e Inovação, Marcelo Neves; a professora Ângela Dias Mendes, da UERJ; o coordenador regional do Sebrae, Guilherme Reche; o presidente da Associação Comercial e Industrial de Campos (Acic), Maurício Cabral; e o presidente do Costa Doce Convention Bureau, Ricardo Menezes.
O quarto talk abordou “Novas Energias Expandem a Economia do Rio”. O tema, moderado pelo subsecretário de Estado de Energia, Sérgio Coelho, foi debatido pelo superintendente de Petróleo e Gás da Prefeitura de São João da Barra, Wellington Abreu; pela superintendente de Energias Limpas da Secretaria de Estado de Energia e Economia do Mar, Maíra Campos; por Bárbara Bortolin, gerente sênior de Relações Institucionais da Prumo Logística; pelo CEO da Prime Sol, Ivan Costa; e diretor de Energia da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Energia e Inovação, João Batista Pessanha.
Presidida pelo prefeito de Campos, Wladimir Garotinho, a Ompetro reúne 11 municípios produtores de petróleo do estado do Rio de Janeiro: Campos, Macaé, São João da Barra, Quissamã, Carapebus, Cabo Frio, Armação de Búzios, Arraial do Cabo, Casimiro de Abreu, Rio das Ostras e Niterói.
Caminhos possíveis
Sobre o futuro da Bacia de Campos, Roberto Ardenghy argumentou ser necessário que os municípios entendam melhor o fenômeno do amadurecimento dos poços da Bacia de Campos, cuja produção está em declínio. “Temos que pensar em como dinamizar esta atividade. Vamos precisar de muita tecnologia de ponta, que hoje está disponível”, ponderou.
O secretário executivo de Niterói, Felipe Peixoto, falou sobre a necessidade de os municípios criarem um Fundo Soberano para não depender dos royalties do petróleo. Falou também sobre a criação de planos estratégicos para de longo prazo, tendo uma de suas bases a economia azul.
A advogada Sofia Monteiro uma ameaça aos royalties: uma ação em tramitação no Supremo Tribunal Federal (STF) que divide os royalties do petróleo dos municípios produtores com todos os municípios do Brasil. Ela sugeriu que a Ompetro participe do processo como amicus curiae. “É necessário que os municípios produtores tragam seu lado da moeda”.
Paulo Henrique Mainier, do Refina Brasil, destacou a necessidade de o Brasil ser mais competitivo no refino do petróleo. “Hoje as petroleiras extraem petróleo, a Petrobras refina uma parte, mas, de 3 milhões de barris diário, 1,8 milhão a gente exporta. É um ponto de reflexão: como agregar valor ao petróleo aqui no Brasil”.
O subsecretário de Energia e Economia do Mar, Marcelo Felipe Alexandre, fez uma introdução sobre economia azul, um modelo de desenvolvimento que aproveita de forma sustentável os recursos dos mares, oceanos e zonas costeiras para gerar emprego, renda e inovação, envolvendo pesca e aquicultura sustentáveis, portos, navegação e logística marinha, energia offshore, turismo costeiro e náutico, biotecnologia marinha, recuperação ambiental e proteção dos ecossistemas oceânicos. Felipe também falou sobre as eólicas offshore como uma solução que o estado do Rio de Janeiro precisa pensar e colocar em prática. Citou, ainda, o programa Empregos Azuis, desenvolvido pela secretaria, que já promoveu 11 cursos de capacitação gratuitos na área offshore nos municípios fluminenses, com foco na transição energética.
Marcelo Neves disse que falar em economia azul é falar em energia renovável. “Campos e região é um celeiro de energias renováveis”, destacou. Ele observou que 54% da matriz energética brasileira hoje é renovável e 84% da matriz elétrica é renovável e diversificada, o que abre caminho para que o município se fortaleça neste segmento.
“Temos o etanol e somos o segundo município do estado em geração de energia fotovoltaica. A região também tem ventos constantes para geração eólica o ano todo. Nosso litoral é bastante proeminente na questão dos ventos. Temos a biomassa, gerada pela cana, e a geração de biogás a partir do Aterro Sanitário”, lembrou o secretário, que também citou o projeto do futuro Terminal Pesqueiro do Farol de São Tomé como um divisor de águas na economia azul da região.
Wellington Abreu citou as grandes oportunidades que a região vive e destacou a necessidade de investimentos de infraestrutura necessários na região, como a Contorno de Campos e a duplicação da BR-356 entre Campos e São João da Barra. A infraestrutura também foi lembrada pelo presidente do Costa Doce Convention & Visitors Bureau, Ricardo Menezes, que cobrou um projeto, com participação dos governos federal e estadual, para conter a erosão na praia de Atafona.
Maíra Campos destacou o potencial do estado do Rio como o estado da transição energética. Citou iniciativas pioneiras, como o Decredto 49.703/2025, que obriga empresas de gás natural com tratamento tributário especial a investirem 2% do custo variável do gás em projetos de energia renovável. “O Rio de Janeiro é um hub de energia, vai continuar sendo, e a gente luta por isso”, disse a superintendente de Energias Limpas da Secretaria de Estado de Energia e Economia do Mar. “E o norte do estado tem muita capacidade para aproveitar esse movimento”.
Além das rodas de conversa, foram lançados o livro “Participações Governamentais – Do Petróleo e Gás Natural”, do procurador Paulo Enrique Mainier, e o e-book “Inteligência Artificial em Diálogo – Desafios Interdisciplinares do Novo Século”, da professora Ângela Dias Mendes, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).
Rodada de Negócios
Na parte da tarde, foi realizada a Rodada de Negócios Connex-E, um ambiente de conexão entre pequenos negócios locais, fornecedores regionais e grandes empresas dos setores de energia e infraestrutura. A rodada foi realizada em parceria com o Sebrae-RJ, Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), Porto do Açu e Rede Petro-BC. Além de fomentar negócios, o evento teve como objetivo qualificar empreendedores para que se tornem fornecedores. Setenta empresas de diversos segmentos participaram.
Paulo Clébio do Nascimento, da empresa North Rio, fechou negócio com duas empresas e iniciou negociações com outras. “Este evento é muito importante porque nos possibilita encontrar novos fornecedores e novos parceiros dentro do ambiente. Este evento traz um resultado extremamente importante para a empresa, com possibilidades de novos negócios”.
Renata Porto, da Ademicon, considerou a Rodada de Negócios como um networking altamente qualificado para sua empresa. “Minha expectativa é gerar excelentes negócios para minha empresa e para empresários daqui e poder recrutar novos consultores para meu time comercial”, disse.
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