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Trump convoca deputados de Michigan para tentar convencê-los a mudar resultado das urnas
PUBLICADO POR: REDAçãO 4 | PORTALOZK.COM - 20/11/2020 - 10:37

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Diante do fracasso das múltiplas ações na Justiça para tentar mudar a seu favor o resultado das eleições nos EUA, o presidente Donald Trump — derrotado pelo democrata Joe Biden —  investe agora em uma outra estratégia: fazer os Legislativos de estados-chave onde ele perdeu e que são dominados por republicanos ignorarem as urnas e designarem partidários dele ao Colégio Eleitoral.  A ofensiva ocorre a pouco menos de três semanas  do prazo final para a certificação dos resultados da eleição presidencial pelos estados, no dia 8 de dezembro, seis dias antes da votação no Colégio Eleitoral. Trump com isso sinaliza que vai intensificar a estratégia de questionar as urnas com acusações sem fundamento de fraude.

O presidente convidou legisladores estaduais republicanos de Michigan, onde ele perdeu por cerca de 157 mil votos, para uma conversa na Casa Branca nesta sexta-feira. Muito embora o tema da reunião não tenha sido revelado, suspeita-se de que ele vá tentar convencer os parlamentares a embarcarem em seu plano.  O estado deve certificar o resultado na segunda-feira.

No caso de Michigan, contudo, suas chances de sucesso são pequenas: no início da semana, o líder do Senado estadual, o republicano Mike Shirkey, disse que a tentativa de mudar o resultado local das eleições "não iria acontecer". Foi Shirkey quem recebeu o convite para a reunião na Casa Branca, e ainda não se sabe quantos parlamentares irão a Washington. Líderes republicanos em outros estados-chave, como Geórgia, Pensilvânia e Arizona,  também já se declararam contra a manobra, segundo o New York Times.

"Qualquer mudança nas leis eleitorais da Geórgia, feita em uma sessão especial, não impactará uma eleição em andamento e vai apenas resultar em um litígio sem fim", disse o governador Brian Kemp, republicano,  em comunicado.

A ideia de subverter a escolha do eleitorado tem como base uma argumentação legal vista como extremamente frágil por especialistas. Cabe aos Legislativos estaduais escolher como os delegados que compõem o Colégio Eleitoral serão definidos: em todos os estados ficou estabelecido que a única forma para tal é o voto direto da população.

Mas há uma brecha: segundo a Lei de Contagem Eleitoral, de 1887, caso os eleitores não consigam escolher um vencedor, a disputa será declarada uma "eleição fracassada", e a tarefa de escolher delegados passa aos Legislativos estaduais. A lei é ambígua ao definir o que seria uma "eleição fracassada", e é nesse ponto que a estratégia do presidente pode estar focada agora.

As dezenas de processos iniciados por Trump na Justiça parecem ter como objetivo central atrasar a certificação dos resultados. Caso um ou mais estados perca o prazo do dia 8 de dezembro, o presidente pode alegar que ali houve uma "eleição fracassada", potencialmente abrindo caminho para que os Legislativos estaduais controlados por republicanos indiquem seus próprios representantes no Colégio Eleitoral. Os 538 delegados se reunirão no dia 14 de dezembro, com a confirmação final do vencedor feita pelo Congresso no dia 6 de janeiro.

Telefonemas
Na terça-feira, Trump subiu um degrau na tentativa de tumultuar o processo e telefonou para os dois republicanos da comissão que certificara os resultados no condado de Wayne, em Michigan, onde 75% dos eleitores votaram em Biden. Na véspera, os dois se negaram a ratificar os números das urnas no condado, na prática impedindo que o democrata fosse declarado o vencedor no estado. Depois de intensa pressão, eles acabaram votando pela certificação, mas, após os telefonemas de Trump, tentaram alterar de novo na Justiça suas posições, o que foi prontamente negado pelas autoridades estaduais.

No começo desta quinta-feira, a campanha de Trump retirou um processo nas cortes de Michigan tentando impedir a certificação do resultado no estado. Nas alegações, os advogados apontaram, de maneira equivocada, que o condado de Wayne havia se negado a oficializar a vitória de Biden, quando aconteceu exatamente o contrário. Em entrevista coletiva, o advogado de Trump, Rudolph Giuliani  — que assumiu a frente das batalhas legais após outros desistirem — refez as mesmas acusações de fraude e continuou sem apresentar provas. 

Na Pensilvânia, a campanha de Trump também se ajustou à nova estratégia e mudou novamente seu argumento no processo em que contesta a vitória de Biden. Buscando bloquear a certificação do triunfo democrata, o presidente agora argumenta que o Legislativo local, controlado pelos republicanos, deve escolher o vencedor no estado, que envia 20 votos ao Colégio Eleitoral, devido a fraudes no pleito. Foi a primeira iniciativa concreta nos tribunais para tentar dar aos legisladores estaduais o poder de escolher os delegados ao Colégio Eleitoral. A medida, no entanto, deverá fracassar, já que vai contra a lei da Pensilvânia,  e os próprios líderes republicanos locais também já rejeitaram a hipótese.  

Ainda nesta quinta-feira, o republicano sofreu mais três derrotas nos tribunais. No Arizona: um juiz do estado negou pedido feito por aliados de Trump para impedir que a vitória de Biden fosse confirmada no estado. O foco da ação era o condado de Maricopa, onde fica Phoenix — os autores questionavam a forma como foi realizada uma auditoria em alguns votos, algo irregular, segundo eles. Mas os argumentos foram prontamente rejeitados pelo magistrado, que ainda considerou "fútil" uma eventual nova tentativa de interferir na divulgação da vitória de Biden.

Na Geórgia, um juiz nomeado pelo próprio Trump (nos EUA, os magistrados federais são designados pelo presidente) rejeitou uma ação que pretendia impedir a certificação da vitória democrata. E na Pensilvânia, uma ação para invalidar 2.200 votos no condado de Buks foi rejeitada.

Por sua vez, aumenta a pressão nos setores empresariais em Washington e Wall Street para que Trump reconheça sua derrota e inicie uma transição formal. Algumas instituições poderosas que antes apoiavam o presidente, como a Câmara de Comércio dos EUA e a Associação Nacional dos Manufatureiros, estão agora se afastando dele. Em uma cúpula de negócios  nesta quarta-feira, o executivo-chefe do banco JPMorgan Chase, Jamie Dimon, foi categórico:

—  Precisamos de uma transição pacífica. Tivemos uma eleição. Temos um novo presidente. Devemos apoiar isso. Quer gostemos ou não dos resultados, devemos apoiar a democracia porque ela é baseada num sistema de fé e confiança. *Jornal O Globo


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