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Comunidade
Comissão diz que Padre usou dinheiro indevidamente, Pinalli esclarece fatos e caso vai parar no MPRJ, em São João da Barra
Portalozk.com obteve com exclusividade protocolo formalizado no Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro pela comissão da Campanha Valei-me São José.
PUBLICADO POR: LEONARDO FERREIRA | PORTALOZK.COM - 05/11/2019 - 14:00

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Membros da Comissão da Campanha Valei-me São José - que consiste na compra de terreno e construção de uma igreja no bairro Água Santa, em São João da Barra - fizeram uso dos microfones da Igreja São João Batista (Matriz) no fim da missa do último domingo (03), para ler uma carta em que acusa o Padre Marcos Pinalli de ter usado de forma indevida R$ 34.584,56 (trinta e quatro mil, quinhentos e oitenta e quatro reais e cinquenta e seis centavos) que foram arrecadados para a campanha. O Padre, nesta terça (05), foi à Grussaí FM prestar esclarecimentos do caso que agora está formalizado no Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ).

De acordo com informações obtidas pelo Portalozk.com junto a membros da comissão, tudo começou no ano de 2015 quando o então padre teria criado essa comissão para tratar sobre a campanha Valei-me São José. Em reunião, ficou definido que cada membro da comissão teria um carnê com seis folhas de prestações no valor de R$ 200,00 (duzentos reais) para a compra do terreno - avaliado em R$ 80 mil - e início da construção da igreja. Mas, a comissão disse que não conseguiu controlar os valores arrecadados. Os fiéis começaram a especular sobre a construção da igreja que nunca era iniciada e, então, neste ano, o padre informou que o dinheiro teria sido usado num momento de crise na paróquia. Esse foi o estopim para a maior polêmica da recente história da Igreja Católica em São João da Barra.

COMISSÃO VALEI-ME SÃO JOSÉ LÊ CARTA NA MISSA DOMINICAL
No último domingo (03), membros da comissão leram ao fim da missa uma carta (veja a íntegra no fim desta matéria) em que informa ter recebido recursos de diversos fiéis, inclusive de fora do estado do Rio de Janeiro. "Apesar da constante insistência, a Comissão não conseguiu controlar os valores arrecadados, ficando o Pe Pinalli com toda a importância arrecadada. Naquela época, em 2015, desistimos de continuar arrecadando por falta de transparência e total irresponsabilidade do Pe Pinalli", diz a carta. Acrescentando que somente este ano é que a quantia arrecadada, um total de R$ 45.830,00 (quarenta e cinco mil oitocentos e trinta reais), estava sendo depositada na conta corrente da Paróquia, no Banco do Brasil, "mas não prestava contas dos valores arrecadados, nem queria utilizar os 'fundos' para a causa destinada". A carta segue dizendo que "do valor arrecadado, o Pe Pinalli utilizou indevidamente R$ 34.584,56 (trinta e quatro mil quinhentos e oitenta e quatro reais e cinquenta e seis centavos), importâncias essas que o próprio justificou como gastas em manutenção de carro, seguros, viagens, impostos, telefone, doação à Mitra, etc, segundo documento assinado pelo padre e uma outra suposta equipe que ele nomeou em Grussaí". VEJA O VÍDEO DA LEITURA DA CARTA FEITA PELA COMISSÃO VALEI-ME SÃO JOSÉ CLICANDO AQUI.

PADRE FALA DE CRISE E QUE ABRIU MÃO DE SALÁRIOS E DIREITOS
Nesta terça (05), o Padre utilizou os microfones da Rádio Grussaí FM (87,7Mhz) para dar sua versão sobre o caso. Logo no início da entrevista ao locutor Luiz Fernando, Pinalli classificou como 'ex-comissão' os membros que foram ao altar da Igreja Matriz ler a carta o acusando de desviar o dinheiro, bem como que já esperava isso acontecer. O padre também disse que teve duas reuniões em Campos com o Bispo sobre prestações de contas. "Foi um período dificílimo em 2016 e 2017, lojas fechando, muita gente demitida, sendo os dízimos e as ofertas consequentemente diminuindo, e é (isso) o que mantém a igreja. Como pároco, eu também passei dificuldades. Eu não tenho vergonha de dizer, eu tenho direito a três salários mínimos, mas eu abri mão durante três anos. Eu tenho direito a um plano de saúde, eu perdi meu plano de saúde. Eu tenho direito a INSS, eu perdi. Exatamente para manter a paróquia. Eu sempre falei isso nas missas, nunca escondi a realidade do que eu estava passando e vivendo. Se eu fosse receber da Paróquia São João Batista, eu teria que receber quase R$ 72 mil", disse Pinalli.

CAMPANHA NÃO ATINGIU FINALIDADE
Sobre o dinheiro ter sido doado para a paróquia em prol da campanha Valei-me São José, Pinalli disse que os valores foram doados mas que não atingiram o objetivo de R$ 80 mil. "O dinheiro foi doado para a paróquia, mas a finalidade não foi atingida, então o dinheiro ficou parado. Eu consultei o meu conselho econômico, isso é direito canônico, e consultei o bispo diocesano que é autoridade maior (...), 'o único dinheiro que tem foi o que foi ofertado para adquirir o terreno' (...), A minha última alternativa, a última via minha, foi realmente mexer nesse dinheiro. Depois eu perdi até acesso a conta. Não comuniquei os fiéis porque antes eu havia feito uma reunião com alguns representantes e nesta reunião eu falei que a última alternativa era (o recurso da campanha) Valei-me São José, mas eu não estava querendo mexer, Então, aconteceu um silêncio por parte dos fiéis nessa reunião, ninguém falou nada, ninguém apresentou uma ideia nova. Então encontrei com meu conselho, falei, e falei com o bispo. Com ficha, nós temos cinquenta doadores. (...) Eu procurei agora, no dia 22 ou 23 de setembro, ou 23 ou 24 (de setembro), e tive uma reunião com a comissão. Eu me ofereci a fazer o que a comissão está fazendo, prestar contas aos fiéis. A comissão me aconselhou 'não, de jeito nenhum'. E tinha que ser o que eles (da comissão) queriam".

PINALLI DIZ QUE OBTEVE AUTORIZAÇÃO
O Padre Pinalli, ainda na rádio Grussaí FM, disse que obteve autorização "do conselho e do bispo diocesano, Dom Roberto Francisco". - Não teve objeção de nenhum deles? Indagou Luiz Fernando, o locutor. "Não, não, não, não. Eu não dou nenhum passo sem ter apoio. Eu gosto de agir conforme a lei", respondeu. 

PRESTAÇÃO DE CONTAS FIEL A FIEL
"A comissão aconselhou a não fazer isso (prestar contas na igreja, avisar aos fiéis) e foi exatamente o que eles fizeram agora. Eu tenho a cópia porque eles ficaram com os originais (...), tomaram posse do livro de registros dos doadores, das fichas de inscrição, livro caixa, tá com eles. Eu abri pra gente somar 'junto', pensar juntos, ver como estavam as coisas, mas não. Ficou em posse deles para eles analisarem. Eu tive a seguinte ideia: vou a cada doador, vou prestar contas pessoalmente e a pessoa fica a vontade, se vai se opor ou não ao uso do dinheiro para tendências na própria paróquia. Não foi pendência pessoal, não. Muita gente tá querendo dizer que eu roubei, mas não roubei, não. Aí é calúnia", disse, alegando que dentre as despesas estavam inclusos valores referente a manutenção de carro (que bateu o motor), previdência social, encargo social de funcionário e telefone. "Tudo isso é prestado contas", acrescentou. "Dos cinquenta doadores, eu estive com trinta e oito doadores, e trinta e sete assinaram. E tem mais dois que estão para assinar. (Fui) face a face, prestando a conta que eu não pude apresentar na igreja. Dos trinta e oito, que eu fui a um por um, trinta e sete assinaram e um recusou porque ele se juntou a outras pessoas para doar".

COMISSÃO FORMALIZA DENÚNCIA NO MINISTÉRIO PÚBLICO
A comissão Valei-me São José formalizou denúncia contra o Padre Pinalli na Secretaria da 2ª Promotoria de Justiça do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, em São João da Barra, sob o protocolo de número 2019.01217114, obtido com exclusividade pelo Portalozk.com . O órgão, agora, irá analisar todo o caso.

VEJA A ÍNTEGRA DA CARTA DA COMISSÃO VALEI-ME SÃO JOSÉ
"Assunto: Doação para a Campanha da Construção da Igreja São José do Bairro Água Santa na Cidade de São João da Barra/RJ) Aos doadores e demais membros católicos de São João da Barra.

A Comissão do PROJETO Valei-me São José vem aqui, de público, informar:

Aos vinte e dois dias do mês de setembro de 2015 reuniram-se nesta cidade, com o Pe. Marcos Paulo Pinalli da Costa, à época Pároco desta Paróquia, Sérgio Romero Lopes Costa, Evaldo Siqueira Brum, Patrícia Ferreira de Faria, Renata Lopes Costa, Cláudio Cesar dos Santos Pepita, Flávio Martins dos Santos, Carla Lopes Costa e Luiz Augusto Bomgosto da Cunha, todos chamados, e assim “nomeados” pelo Pe Pinalli, de membros da Comissão do Projeto Valei-me São José, com o objetivo de angariar fundos para a construção da Igreja de São José, a ser erguida em terreno reservado no bairro de Água Santa.

Logo no mês seguinte, a Comissão do Projeto Valei-me São José conseguiu reunir um grande grupo no Barra Gold – Água Santa, com o propósito de propagar a ideia e conseguir sensibilizar a comunidade católica sobre esse nosso propósito, ou seja, a aquisição do terreno e a construção da Igreja. Na oportunidade foi apresentado o projeto da nova Igreja e a forma de contribuição.

Os contribuintes imediatamente acataram a ideia, começando a aparecer dinheiro de vários lugares, até mesmo de outros estados. Apesar da constante insistência, a Comissão não conseguiu controlar os valores arrecadados, ficando o Pe Pinalli com toda a importância arrecadada. Naquela época, em 2015, desistimos de continuar arrecadando por falta de transparência e total irresponsabilidade do Pe Pinalli.

Não conseguimos, por bastante tempo, saber da real situação do dinheiro arrecadado. Somente este ano que, segundo o Pe Pinalli, a quantia arrecadada, num total de R$45.830,00 (quarenta e cinco mil oitocentos e trinta reais), estava sendo depositada na conta corrente da Paróquia, no Banco do Brasil, mas não prestava contas dos valores arrecadados, nem queria utilizar os “fundos” para a causa destinada.

Depois de diversos contatos e buscas, a Comissão descobriu que, do valor arrecadado, o Pe Pinalli utilizou indevidamente R$34.584,56 (trinta e quatro mil quinhentos e oitenta e quatro reais e cinquenta e seis centavos), importâncias essas que o próprio padre justificou como gastas em manutenção de carro, seguros, viagens, impostos, telefone, doação à Mitra, etc, segundo documento assinado pelo próprio padre e uma outra suposta equipe que ele nomeou em Grussaí.
A Comissão, por diversas vezes procurou o Pe Pinalli e o seu superior hierárquico, tendo obtido promessas de solução para esse problema, confissão da dívida, etc. No entanto não obtemos êxito e ficamos sem solução. A Comissão conseguiu ficar de posse dos documentos e livros de registro das arrecadações.

Por todo o exposto, esta Comissão já requereu e exigiu do Pe Pinalli a devolução de todos os valores arrecadados para o qual foi destinado. Depois do novo acordo para a devolução do dinheiro, o Pe, foi pra rua contactar diversos católicos e contribuintes para a sua confissão de dívidas e pedir o perdão da sua proposital irresponsabilidade.

Essa Comissão está aqui presente para esclarecer que se sentiu usada e desrespeitada com essas atitudes, pois nos dedicamos intensamente em prol do objetivo proposto.

Nesta sexta feira,, não restou outra alternativa a essa Comissão, denunciando e requerendo ao Ministério Público as providências necessárias.

Muito obrigado".

VEJA O VÍDEO DA LEITURA DA CARTA FEITA PELA COMISSÃO VALEI-ME SÃO JOSÉ CLICANDO AQUI.


(Comissão Valei-me São José lê carta após missa no último domingo (03)


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