A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou uma suspensão temporária dos testes que vinha conduzindo com a cloroquina e a hidroxicloroquina por meio da articulação internacional conhecida como Solidariedade. A decisão foi comunicada pelo diretor-geral, Tedros Adhanom, na introdução da entrevista coletiva de ontem. Ela resultou da deliberação do grupo executivo da Solidariedade, que testa possíveis terapias contra a Covid-19.
O medicamento foi liberado pelo Ministério da Saúde para tratar pacientes com a doença no Brasil, por insistência do presidente Jair Bolsonaro e contra as recomendações da comunidade científica.
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A secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro, afirmou ontem que a pasta não modificará sua orientação sobre cloroquina por conta decisão da OMS de suspender estudos com a substância:
— Estamos muito tranquilos a despeito de qualquer entidade internacional cancelar seus estudos com a medicação. Seguimos no ministério da saúde, na secretarias especializadas acompanhando todos os estudos no mundo.
Também ontem, a deputada Sâmia Bonfim, do PSOL de São Paulo, entrou com uma representação na Procuradoria Geral da República (PGR) em que pede para o procurador Augusto Aras agir contra o novo protocolo da uso da cloroquina adotado pelo Ministério da Saúde, segundo informou o blog do Lauro Jardim, do Globo. Ela alega que a medida é inconstitucional, uma vez que não há comprovação científica da real eficácia do tratamento.
Segundo Adhanom, a suspensão se baseou num estudo publicado na revista Lancet, a maior publicação científica do mundo, na última sexta-feira. A pesquisa foi realizada com 96 mil pessoas e mostrou que a cloroquina e a hidroxicloroquina não apenas não tiveram sucesso no tratamento da doença, como também aumentaram os riscos de morte decorrente de arritmia cardíaca.
— O grupo executivo implementou uma pausa temporária do braço da hidroxicloroquina no Estudo de Solidariedade, enquanto os dados de segurança são revisados pelo Conselho de Monitoramento de Segurança de Dados — informou o diretor-geral, destacando a conclusão do estudo que compravam a ineficácia do medicamento para combater o novo coronavírus:
— Os autores reportaram que, entre pacientes com Covid-19 usando a droga, sozinha ou com um macrolídeo (classe de antibióticos da qual a azitromicina faz parte), estimaram maior taxa de mortalidade.
Adhanom reforçou que a preocupação está relacionada ao uso específico de hidroxicloroquina e cloroquina contra a Covid-19.
— Desejo reiterar que esses medicamentos são aceitos como geralmente seguros para uso em pacientes com doenças autoimunes ou malária.
*Fonte: Extra
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