Após a reportagem do portalozk.com ir ao ar nesta terça-feira (02), sobre um afogamento registrado no último domingo (30), de uma adolescente de 16 anos nas águas do Posto 1 da Praia de Grussaí, 3º Distrito de São João da Barra, uma série de discussões desencadeou nas redes sociais. Vários internautas reclamaram da ação dos bombeiros, o que gerou uma resposta de um guarda-vidas que disse ter sido o primeiro a chegar ao local. Ele deu mais detalhes do ocorrido.
De acordo com populares, "os profissionais deixaram a desejar no socorro (à vítima)", diz uma. "Eu estava na hora e vi tudo, não foi salva por um salva-vidas", disse outra. "Lamentável". "Demorou demais". "Eles não tinham nem telefone para ligar e pedir socorro, ligaram pelo meu (telefone)", disse uma internauta. "Na verdade, quem estava lá viu como tudo aconteceu, e quem não viu fala o que não sabe, e exalta os bombeiros como heróis, e não foi bem assim", disse outra.
Diante da discussão, um bombeiro militar, identificado como Diego Tavares, foi às redes sociais do portalozk.com para comentar o ocorrido, dando mais detalhes do caso. De acordo com o relato, ele foi o primeiro a chegar no local. "Olá! Sou o guarda-vidas que chegou primeiro ao local do afogamento e gostaria de esclarecer alguns pontos levantados nos comentários", começou.
"Primeiro: o afogamento aconteceu a aproximadamente 400 metros (ou mais) do Posto 1, em uma área desguarnecida de guarda-vidas. Ao perceber uma movimentação suspeita na água, desloquei-me imediatamente para o local. Quando cheguei, um senhor já havia retirado a jovem da beira da água, onde tudo ocorreu. Assumi a vítima, levei para um ponto mais seguro e constatei que ela tinha pulso e respirava. Diante disso, o procedimento correto é lateralizar a vítima, manter as vias aéreas abertas e solicitar apoio — exatamente o que foi feito", relatou.
O bombeiro disse que, enquanto realizava os procedimentos, a população ao redor pediam procedimentos outros que, segundo ele, não se aplicava ao caso. "Muitas pessoas ao redor pediam massagem cardíaca e ventilação, procedimentos que não se aplicavam àquela situação. A maioria não tinha conhecimento técnico do que estava acontecendo. Uma das pessoas presentes comentou que eu não tinha celular para pedir apoio. A explicação é simples: não saí correndo para um socorro dentro d’água carregando um celular, pois isso inviabilizaria o atendimento e colocaria o equipamento em risco", defendeu-se.
Ele destacou que a ambulância demorou alguns minutos para chegar ao local, em resposta aos comentários de que demorou muito para chegar o apoio. Segundo o militar, "o afogamento ocorreu do outro lado da lagoa, a quilômetros de distância, o que naturalmente torna o deslocamento mais lento. Assim que chegou, realizamos a remoção da vítima da areia até a ambulância. Na ambulância, a jovem recebeu o atendimento adequado. Quando fui verificar seu estado, ela já estava consciente, medicada e sendo encaminhada ao centro de emergência", explicou.
Por fim, o bombeiro militar fez um desabafo. "Faço este esclarecimento porque acredito que, antes de criticar, é importante entender como funcionam os procedimentos de salvamento e primeiros socorros. Nós, guarda-vidas, nos desdobramos diariamente para garantir a segurança da população ao longo dessa imensa orla. O pedido que deixo é simples: respeitem as sinalizações e procurem sempre permanecer próximos aos postos. É humanamente impossível que apenas dois guarda-vidas cuidem de quilômetros de extensão de areia. Obrigado pela compreensão e pelo apoio de todos", finalizou Tavares. Mais da discussão pode ser vista clicando aqui.
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