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Sem café nem celular, impeachment de Trump vira prova de resistência a senadores
PUBLICADO POR: REDAçãO 4 | PORTALOZK.COM - 23/01/2020 - 18:25

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Enquanto o julgamento do impeachment do presidente Donald Trump entrava numa batalha sobre as regras do processo, na terça (21), um Capitólio sombrio se adaptava às novas restrições aos legisladores e à imprensa —e se preparava para dias de disputa e de longas noites pela frente.

Sob as regras propostas pelo líder da maioria republicana no Senado, Mitch McConnell, e aprovadas na quarta-feira (22), as discussões podem durar até tarde da noite, testando a resistência de membros da Casa, como o senador republicano Jim Inhofe, 85, que participou do julgamento de impeachment do ex-presidente Bill Clinton, há 21 anos.

“Não me incomoda nada”, disse Inhofe, “desde que eu consiga ficar acordado!”.

Sessão no Senado dos EUA para definir regras do julgamento de impeachment de Trump - 21.jan.20/Senado dos EUA via Reuters

Após reclamações de democratas e de alguns republicanos, McConnell concordou em distribuir as discussões por oito horas, em vez de 12, mas a possibilidade de sessões noturnas permanece.


Menos controversa foi a proibição de entrar no Senado com celulares e tablets, embora alguns parlamentares tenham permanecido com seus Apple Watches. Os senadores, que atuarão como um júri, foram advertidos a ficar calados durante o julgamento, “sob pena de prisão”.

“É uma dificuldade para as pessoas que gostam de conversar por aqui”, disse o senador republicano Mike Braun.


O líder democrata, Chuck Schumer, pôde ser visto sussurrando brevemente a um assessor, e a certa altura o senador Chuck Grassley fez uma pergunta ao colega Cory Gardner, ambos republicanos.

Passar bilhetes também é proibido, assim como fazer palavras cruzadas, comer lanches ou tomar café. A proibição do café já estava causando ansiedade no senador republicano Kevin Cramer.

“Tomo café da hora que acordo até a hora de dormir. É a única droga que uso ou abuso, com exceção de ibuprofeno ocasionalmente”, confidenciou. “Então, meu maior desafio é beber café suficiente para ficar acordado, mas não tanto que eu... Você sabe, fique desconfortável no Senado.”

Os senadores dizem ter certeza de que poderão sair quando necessário para ir ao banheiro, mas com todos os olhos da imprensa fixos nos parlamentares, uma saída discreta pode ser difícil.

“Por ser novo [no Senado], estou na última fila, com muito espaço de manobra”, disse Braun, cuja localização o deixa praticamente fora das imagens da TV ao vivo. “Então, essa é uma vantagem de onde estou sentado.”

Horas antes do início do julgamento, a presença de segurança mais pesada que a habitual deixou claro que aquele não era um dia comum. A polícia do Capitólio parava frequentemente repórteres e funcionários para verificar suas identificações.

As áreas do prédio em que os jornalistas normalmente ficam livres, perseguindo os senadores a caminho das votações, foram fechadas por 15 minutos antes do início da sessão da última terça-feira e por mais 15 minutos depois.


Os legisladores fizeram o possível para desviar do tráfego intenso no corredor.

“A primeira regra é: ninguém tira meus sapatos”, afirmou a senadora republicana Lisa Murkowski (do Alasca) depois que uma multidão de repórteres a cumprimentou e ela teve que parar para ajeitar um dos seus sapatos.

Houve também a presença de outros personagens que não repórteres na galeria do Senado. A atriz Alyssa Milano se sentou na primeira fila e parecia organizar anotações.

O ex-senador republicano Jeff Flake, que frequentemente se pronunciou contra as políticas de Trump, esteve no espaço mais tarde naquele dia, sentado sozinho. 

O deputado republicano Louie Gohmert, do Texas, um firme aliado de Trump, entrou cerca de uma hora após o início das discussões e pegou uma cadeira ao fundo.

Nem todo senador conseguiu necessariamente ficar acordado até o fim do debate, concluído à 1h52 no horário local (3h52 na hora de Brasília). O republicano Jim Risch pareceu cochilar com o rosto apoiado na mão, enquanto os democratas defendiam o motivo pelo qual o Senado deveria solicitar documentos.

Uma porta-voz do parlamentar afirmou que provavelmente ele estava ouvindo “com os olhos fechados ou baixos”, o que costuma fazer quando escuta atentamente.

Tradução de Luiz Roberto Mendes Gonçalves. Com informações da Folha de S. Paulo e The Wall Street Journal.


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