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Descoberta brasileira pode mudar a história evolutiva dos humanos no planeta
PUBLICADO POR: LEONARDO FERREIRA | PORTALOZK.COM - 05/07/2019 - 19:29

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Uma descoberta feita por uma missão ítalo-brasileira na Jordânia pode reescrever os livros de História. Ao examinar um sítio arqueológico no Vale do Rio Zarka, ao norte do país, os cientistas descobriram ferramentas de pedra lascada de 2,4 milhões de anos. Isso pode indicar que ancestrais humanos estiveram no Oriente Médio — isto é, saíram do continente africano — muito antes do que se imaginava até este momento.

Os artefatos são os mais antigos encontrados fora da África. Atualmente, considera-se que os primeiros hominídeos teriam saído do continente originário há 1,9 milhão de anos.

PEDRA LASCADA
Cientistas descobriram ferramentas de pedra lascada de 2,4 milhões de anos. Isso significa que ancestrais humanos estiveram no Oriente Médio — isto é, saíram do continente africano — muito antes do que se imaginava até este momento.

Alguns dos hominídeos do planeta
*Há diversas outras espécies ou subespécies descritas do gênero humano, como o Homo naledi e o Homo rhodesiensis, mas há divergências em torno de suas origens ou mesmo se estas devem ser classificadas individualmente.

A descoberta, que será publicada neste sábado na revista "Quarternary Science Reviews ", foi possível após a equipe encontrar seixos soterrados com vestígios de intervenção humana.

Segundo Fábio Parenti, pesquisador do departamento de Antropologia da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e integrante da missão, há diferenças entre o que as forças físicas da natureza podem criar e as modificações feitas intencionalmente pelos primatas. Pedras afiadas, recorrência de bordas em sedimentos lascados e constâncias na sequência de lascamento são três desses indícios humanos.

— Se vocês observarem a superfície de lascamento, vão reconhecer (esses critérios). Essa é a base do nosso trabalho nesse caso, onde não foi possível encontrar fósseis humanos — afirmou Parenti.

Mudança radical na evolução dos humanos
Além de mostrar que o ser humano resolveu explorar o restante do planeta muito antes do imaginado, a descoberta muda também a identidade dos pioneiros a deixar a África. Walter Neves, pesquisador do Instituto de Estudos Avançados (IEA) da USP, diz que, como 2,4 milhões de anos atrás apenas o Homo habilis estava disponível no continente africano, cai por terra a ideia de que esses primeiros desbravadores eram o Homo erectus.

— A descoberta praticamente muda a história evolutiva dos humanos no planeta. Nós retrocedemos a história em 500 mil anos — declarou Neves.

A pesquisa ajuda a esclarecer outras inconsistências na historiografia evolutiva. Uma delas é a dúvida acerca da existência de cinco diferentes crânios encontrados na Geórgia, alguns parecidos com o Homo habilis e outros, com o Homo erectus . Ignorando que o Homo habilis pudesse ter migrado ao Cáucaso muito antes de 1,9 milhão de anos atrás, os cientistas consideravam que diferentes gêneros conviveram na região na mesma época. Agora, deduz-se que essa diversidade se trata de uma transição entre as duas espécies, ao longo de muitos milênios.

Os estudos também explicam a controvérsia do Homo floresiensis na Indonésia, cujo crânio é muito mais semelhante ao do Homo habilis do que o do Homo herectus. Por ser um hominínio de estatura muito baixa (cerca de um metro de altura), os cientistas não conseguiam explicar como o Homo herectus havia reduzido tanto seu tamanho ao chegar à Oceania. Sabendo-se que o Homo habilis (de cerca de 1,2 metro), menor do que o Homo herectus (de 1,75 metro), alcançou aquela região mais cedo, o encolhimento de um hominínio que já era pequeno se torna mais plausível.

A pesquisa, que foi realizada entre 2013 e 2015, foi majoritariamente financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e pela Wenner-Gren Foundation for Anthropological Research, sediada em Nova York.

Além de Walter Neves e Fabio Parenti, participaram do estudo Giancarlo Scardia, do Instituto de Geociências e Ciências Exatas da Unesp, Astolfo Araújo, do Museu de Arqueologia e Etnologia da USP, Daniel P. Miggins, da americana Oregon State University, e Axel Gerdes, da alemã Goethe-University. Jornal O Globo


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